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Veterinário que atua com animais silvestres fala sobre as calopsitas e seu comportamento

Por Equipe Cães&Gatos
calopsita
Por Equipe Cães&Gatos

Gabriela Couto, da redação 

gcouto@ciasullieditores.com.br 

As calopsitas são as queridinhas dos lares brasileiros. Por conta da praticidade e do comportamento, elas acabam chamando bastante atenção e conquistando o coração dos tutores. Você já deve ter visto alguma calopsita imitando alguns sons que ouvem com frequência e até mesmo pronunciando o próprio nome, mas sabia que só os machos são capazes disso? Pois é, segundo o médico-veterinário que atua com animais silvestres do Complexo Veterinário do Centro Universitário N. Sra. Do Patrocínio (CEUNSP), Enore Augusto Massoni, apenas os machos conseguem falar ou cantar, mas existem algumas exceções onde as calopsitas fêmeas também conseguem reproduzir esses sons.  

Massoni explica que as calopsitas são aves de pequeno porte da ordem dos psitaciformes e da família dos cacatuídeos, naturais da Austrália, das regiões mais pantanosas. Elas possuem padrões de coloração variados, desde o branco inteiro até amarelo e cinza com bochechas avermelhadas, e o que as distingue dos demais psitaciformes domésticos no Brasil é seu topete característico, que as deixa com um charme especial. “Consideradas aves bastante dóceis, interativas e inteligentes, são ótimas como aves de companhia para pessoas de todas as idades, mas como todas as aves são sensíveis ao toque, por isso, se deve ter uma atenção ao deixá-las nas mãos de crianças”, destaca o médico-veterinário.  

Segundo o profissional as calopsitas não exigem nenhum cuidado especial quando comparadas a outras aves mantidas como animais de estimação. O tutor deve proporcionar um ambiente confortável e seguro para elas, além de deixar sempre água limpa e fresca, junto com a alimentação específica para a espécie. “O que pode se tornar um cuidado específico é a interação com humanos e, sempre que possível, ter mais de uma, pois são animais muito sociáveis e podem desenvolver distúrbios comportamentais se esse hábito não for mantido”, recomenda.  

A alimentação adequada para as calopsitas é composta por legumes, frutas, vegetais, sementes e ração.  Normalmente, as rações comerciais de boa qualidade proporcionam todos os nutrientes necessários para as aves, sendo as outras opções mais utilizadas como petisco e enriquecimento ambiental. O médico-veterinário diz que é bom que o tutor evite quaisquer derivados de farinha branca, como pães e biscoitos, e também derivados de leite, chocolate e café. Frutas em geral podem ser oferecidas, dando uma atenção especial ao mamão, que em excesso, pode causar distúrbios intestinais, e ao abacate, que é potencialmente tóxico para essas aves.  

O profissional conta que, como qualquer outro animal, o comportamento das calopsitas pode variar de uma para outra, sendo assim, existem as que são dóceis desde o nascimento, as que precisam de treinamento para ficarem mais mansas e as que não mudam nem com o treinamento, “no entanto desde que sejam bem cuidadas e tenham seu espaço individual respeitado, ou seja, não ficar forçando pegá-las ou acuá-las, todas tendem a tolerar a presença e o toque humano”, complementa.  

Ainda sobre o comportamento das aves, o médico-veterinário recomenda que a adaptação com outros animais não seja feita de maneira abrupta, os membros da família devem ser apresentados de forma gradativa, principalmente se forem outras aves, pois além dos problemas comportamentais, o tutor não pode correr o risco da troca de parasitas entre elas.  

calopsita
Elas possuem padrões de coloração variados, desde o branco inteiro até amarelo e cinza com bochechas avermelhadas, e o que as distingue dos demais psitaciformes domésticos do Brasil é o seu topete característico, que as deixa com um charme especial (Foto: Reprodução)

Como se preparar para receber uma calopsita em casa 

Massoni diz que, antes de adquirir um novo animal de estimação o ideal é passar com um médico- veterinário que conheça bem a espécie para ele orientar sobre o ambiente, alimentação e lugares de confiança para se adquirir um animal saudável e de um criador ético. No caso das calopsitas, é importante ter a gaiola já montada e preparada para receber o novo morador, assim como o alimento já deve ser comprado para estar disponível desde a chegada dele. “Aves em geral são muito suscetíveis ao estresse de mudança de ambiente então nos primeiros dias deve-se evitar muitos estímulos, barulho, luzes e cheiros, para que o animal se acostume. Isso também vale para outros animais, o ideal é ir apresentando os outros membros da família aos poucos, para não gerar um estresse desnecessário”, explica.  

Cuidados especiais com a saúde das aves 

Assim como os outros animais de estimação, as calopsitas devem visitar o veterinário frequentemente para evitar problemas de saúde. As aves e outros animais silvestres e exóticos tendem a mascarar os sintomas devido ao seu comportamento de presa, ou seja, na natureza, se aparentam estar mais fracas ou debilitadas o grupo ou bando os abandonam, por isso, a Medicina Preventiva é a melhor ferramenta para evitar doenças mais graves. Caso esse acompanhamento frequente não seja feito, elas podem desenvolver infecções graves, como a clamidiose e infestações parasitárias.   

As calopsitas são ótimos animais de estimação, mas apresentam particularidades que devem ser respeitadas pelos tutores, para que tenham um convívio harmonioso. O médico-veterinário reforça que elas não devem ficar soltas sem supervisão, para evitar acidentes como pisões, fugas e algumas lesões que podem acontecer envolvendo eletrodomésticos, como os ventiladores. “Mesmo se tratando de um animal domesticado, sua biologia deve ser respeitada, como seu ciclo circadiano, que quando não respeitado pode desenvolver problemas comportamentais e reprodutivos. Para evitar qualquer tipo de problema e ser orientado de como proceder em qualquer situação, um médico-veterinário de confiança e habituado com as particularidades da espécie sempre deve ser consultado”, finaliza Massoni.  

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