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Pets e Curiosidades, Destaques

Vira-lata caramelo: veterinária comenta favoritismo por cães sem raça definida, especialmente dessa cor

Por Equipe Cães&Gatos
vira-lata caramelo
Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

São inúmeras as raças de cães e gatos originadas e trazidas para o Brasil. Mas, para além do clichê – super válido – de que adotar é melhor que comprar, os animais sem pedigree, os famosos vira-latas, têm seu charme especial e conquistam muitas pessoas.

Segundo a pesquisa Radar Pet de 2020, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (COMAC), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), os vira-latas ou Sem Raça Definida (SRD) são a maioria dos animais de companhia brasileiros. Entre os cães, 42% são vira-latas.

A médica-veterinária e fundadora da Rede de Hospitais Veterinário PetCare, Carla Alice Berl, explica que os cães SRD vieram a partir de raças que foram trazidas pelos portugueses, inicialmente, ao Brasil e foram, aos poucos, cada vez mais, se misturando com outras raças. “Por este motivo, temos tanta variedade de tamanho, formatos de pelagem e conformação corporal”, menciona.

Em relação ao comportamento desses animais, Carla afirma que é excelente, mas tudo varia de como é a história de cada um deles. “Se é um animal que nasceu na casa de alguém e foi direto para a nova casa, ele terá um comportamento de acordo com as influências ambientais e sociais desde novinho. Às vezes, adotamos SRD que esteve nas ruas ou em abrigos e tiveram outras interações que moldaram seu comportamento e, por isso, podem ser animais mais medrosos ou mais agressivos em certas situações. Mas eles tendem, rapidamente, a se adaptar ao novo ambiente facilmente”, afirma.

Para a veterinária, a popularidade dos cães sem pedigree vem crescendo cada vez mais pelas campanhas de mídias sociais e, também, por serem conhecidos como mais resistentes a certas doenças, o que não necessariamente é verdade. “Mas o apego popular ao SRD é grande”, adiciona.

Sobre esse boato que existe sobre os cães sem raça definida, Carla explana que, como eles têm um pool genético mais diversificado, algumas doenças que tendem a aparecer em algumas determinadas raças aparecem menos no SRD. “Mas isso não significa que não aparecerá. Podemos afirmar apenas que a incidência é estatisticamente menor”, frisa.

Portanto, um cão de qualquer raça ou de raça indefinida precisa de muitos cuidados quanto à saúde, alimentação e bem-estar para evitar problemas de saúde física e psicológica. “Os cuidados incluem manter a vacinação em dia, proporcionar uma alimentação de qualidade, realizar prevenção de vermes, pulgas e carrapatos, bem como visitas para check-ups anuais ao veterinário, cuidados com a saúde oral, além de atenção, carinho, exercícios e castração. Vale para qualquer cão”, salienta.

O caramelo é a cor de pelagem mais comum em cães, acompanhada da cor branca e preta (Foto: reprodução)

Mascote brasileiro

Todos sabemos que o personagem que representa a Seleção Brasileira na Copa do Mundo é o Canarinho Pistola, mas, de forma atemporal, dentro e fora das grandes mídias, nosso mascote preferido é o vira-lata caramelo. A médica-veterinária revela que o caramelo é a cor de pelagem mais comum em cães, acompanhada da cor branca e preta. “Como existe um apelo muito forte por raças com tom de caramelo, como Golden Retriever, provavelmente, essa preferência vem daí”, supõe.

Esse cão é tão querido pelos brasileiros que, em 2020, quando foi divulgada a nova cédula de R$ 200, rolou uma brincadeira na internet e que viralizou: a imagem do lobo-guará foi trocada, por meio de edição, por um vira-lata, tornando o cão, de uma vez por todas, um símbolo nacional.

Por isso, quando encontramos um cão caramelo ou de qualquer outra cor nas ruas, bate uma vontade de levá-lo para casa, não é? Carla comenta que animais de rua devem ser domiciliados. “Além de proporcionar alimentação, é fundamental encontrar uma família que queira abrigá-los. A castração é um fator importante para diminuir a população que está nas ruas. O cão sem tutor pode se machucar, ser atropelado, causar problemas ao rasgar sacos de lixo. Podem, sem querer, causar um acidente de trânsito, atacar outro animal ou uma pessoa, caso sinta medo, e, como não está vacinado, pode transmitir doenças como a raiva. A conscientização de procurar abrigo provisório, ajudar com cuidados de saúde e alimentação se faz necessária”, avalia.

Finalizando, a profissional declara que cães sem raça definida, quando adotados, devolvem todo o amor à família que o abrigou e se torna essencial na vida de todos, seja caramelo, preto, branco, verde ou amarelo.