Conhecida pelo seu importante papel na manutenção do cálcio no organismo, a Vitamina D está cada vez mais em evidência na Medicina Humana e na Veterinária. Mas, diferentemente dos seres humanos, os pets não conseguem sintetizar a vitamina D por meio da exposição à luz solar, o que faz com que todo o metabolismo desta vitamina dependa de sua ingestão.
“A Vitamina D, na verdade, é um pró-hormônio, que atua diretamente na regulação da concentração de cálcio e fósforo no organismo. Nos animais em geral, ela é encontrada na forma de vitamina D3, ou colecalciferol, que é responsável pela saúde dos ossos, dos músculos e tem propriedades anti-inflamatórias”, conta a médica veterinária gerente de Produtos da Avert Saúde Animal, Andrea Nagata.
Mais recentemente, estudos demonstraram a importância da vitamina D não apenas na saúde dos ossos, mas com um papel fundamental no sistema imunológico e na prevenção de neoplasias. “Hoje sabemos que a deficiência de vitamina D nos pets, por exemplo, pode aumentar o risco de doenças cardíacas, problemas renais, doenças autoimunes, infecciosas e inflamatórias”, explica Andrea.
É preciso suplementar?
A profissional explica que o nutriente é considerado essencial, ou seja, o pet deve obter por meio da dieta diária, mas que, na maioria dos casos, as dietas comerciais já são enriquecidas com a vitamina em sua formulação. “A atenção para suplementação aos animais saudáveis precisa estar principalmente nos pets que comem comida caseira ou têm a dieta vegetariana ou vegana, já que os pets não conseguem converter a vitamina D2 em D3”, comenta.
Outro grupo que pode se beneficiar da suplementação de vitamina D na dieta são os pets internados, com baixa imunidade e que sejam acometidos frequentemente pela dermatite atópica.
Segundo a veterinária, dietas de baixa qualidade podem causar deficiência de vitamina D, gerando raquitismo e os primeiros sinais clínicos observados são letargia, perda de tônus muscular, dificuldade de locomoção e manqueira. Os mais acometidos são os filhotes, principalmente das raças que crescem rapidamente.
Felinos com deficiência de vitamina D tendem a apresentar outros sinais muito importantes como a falta de equilíbrio (ataxia), má formação do crânio e contrações musculares involuntárias (fasciculações). “Existem, também, doenças genéticas em que os animais apresentam deficiência na conversão da vitamina D na sua forma ativa, tanto para eles quanto para os animais raquíticos é recomendada a suplementação com o calcitriol, a forma ativa da Vitamina D”, explica a médica-veterinária.
Posso dar Vitamina D preventiva para meu pet?
Embora tenha muitos benefícios, a vitamina D é um nutriente que pode causar intoxicação se fornecida em altas doses. Em cães e gatos, os primeiros sintomas estão relacionados à calcificação de tecidos moles, hipercalcemia, falta de apetite, desidratação, fraqueza, e o surgimento de pedras nos rins e na bexiga.
“A prescrição da suplementação, com dose correta e pelo tempo adequado, deve ser feita pelo médico-veterinário responsável pelo pet e com acompanhamento constante da concentração da vitamina D, e cálcio total e iônico presente no sangue. E para os filhotes o cuidado é triplicado, muitas vezes, não sendo recomendada a suplementação”, finaliza Andrea.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Setembro Amarelo: Medicina Veterinária é a profissão com maior taxa de suicídio
Veterinária nutróloga comenta casos de intoxicação de cães após consumirem petiscos
Médica-veterinária do Zoo de São Paulo fala sobre o dia a dia do trabalho com animais selvagens