A 25ª edição do Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina, organizado pelo Brasileish, foi realizada em Belo Horizonte (MG), nos dias 23 e 24 de novembro e, como em todos os anos, a equipe da Cães e Gatos acompanhou todos os detalhes deste evento, que já se consolidou como um dos principais encontros científicos voltados ao combate e à prevenção da leishmaniose no Brasil. Neste ano, os organizadores trouxeram valiosas atualizações acerca da zoonose e da atuação do médico-veterinário no controle da doença.
A presidente do Brasileish, Ingrid Menz, afirma que o simpósio destacou não apenas os desafios enfrentados pelos médicos-veterinários e pesquisadores, mas, também, os avanços recentes na abordagem da doença, que, há décadas, impacta a saúde pública e animal.
Segundo ela, o evento deste ano reuniu mais de 500 inscritos, quantidade que superou a capacidade da sala que comportava apenas 400 participantes. “Esse aumento reflete o interesse crescente da classe veterinária em aprimorar os conhecimentos. Certamente, a troca de informações entre colegas e a relevância do tema impulsionou a busca por atualizações. Muitos clínicos recomendam o evento para quem quer esclarecer dúvidas e buscar soluções para casos complexos. Exemplo disso é uma colega veterinária que se inscreveu e compareceu ao simpósio porque está com um caso complicado de leishmaniose em pug, que não responde a tratamento”, cita.
Por conta da alta procura, a organização já considera ampliar os espaços para edições futuras. “Estamos discutindo opções para acomodar um público ainda maior, já que o evento se tornou indispensável para quem trabalha na área”, explica a presidente do Brasileish.
Temas e avanços científicos
Entre os assuntos debatidos durante a programação do evento, Ingrid destaca a apresentação de Dennis Wayber Nogueira Magalhães, do Ministério da Saúde, sobre os desafios que a vigilância enfrenta no combate à LVC nos povos tradicionais. O profissional comentou, durante a palestra, sobre o uso de coleiras em comunidades quilombolas de Goiás e revelou ser uma solução viável para proteger cães em regiões onde o tratamento é inacessível. Outro ponto importante citado pela presidente é o que acontece em Florianópolis (SC), na Unidade de Vigilância, onde a palestrante Natália Kolodin Ferrari atua. O local oferece tratamentos gratuitos para cães de tutores de baixa renda e conscientiza sobre a importância do controle da doença.
“O simpósio também recebeu pesquisadores internacionais, que trouxeram diferentes olhares sobre o enfrentamento da leishmaniose em outros países. Embora existam diferenças regionais, como o uso de PCR e imunoterapias, os desafios, no geral, são semelhantes, especialmente com as mudanças climáticas, que agravam a disseminação da doença”, adiciona.
Além de abordar avanços técnicos, o Simpósio do Brasileish reforça, de acordo com Ingrid, a importância do veterinário na saúde pública. A presidente enfatiza a necessidade de se pensar em saúde única. “Não é apenas sobre quem gosta de árvores ou animais, mas sobre todos entenderem que estão envolvidos na solução do problema”, afirma.
Para ela, o sucesso do simpósio não se limita aos dias de evento. Isso porque o Grupo Brasileish mantém um compromisso constante em informar e apoiar os profissionais da área. “Inclusive, fica aqui nosso recado: estamos sempre disponíveis para dúvidas, orientar casos complexos e compartilhar informações relevantes sem nenhum custo. É nosso papel garantir que todos tenham acesso ao conhecimento”, conclui.
FAQ
Qual foi o principal destaque da 25ª edição do Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral Canina?
O evento trouxe avanços científicos e atualizações sobre a leishmaniose, com palestras sobre vigilância, tratamento e controle da doença, além de fortalecer a importância do médico-veterinário na saúde pública.
Como o simpósio abordou a atuação dos médicos-veterinários no combate à leishmaniose?
O evento destacou a importância dos veterinários na saúde pública, apresentando soluções práticas como coleiras em comunidades vulneráveis e tratamentos gratuitos, além de reforçar a necessidade de capacitação constante.
Por que a saúde única foi enfatizada durante o evento?
Uma abordagem integrada de saúde animal, humana e ambiental foi reforçada como essencial para enfrentar a leishmaniose, mostrando que todos estão envolvidos na solução do problema.
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