Para diagnóstico, profissionais observam rotina que os pets estão inseridos
As alterações comportamentais dos pets podem sinal de alerta para algum problema: emocional. Sim, os animais também podem sofrer com transtornos psicológicos, tais como ansiedade, depressão e TOC. O responsável pelo cuidado desse quadro é o médico-veterinário especializado em psiquiatria animal.
A especialidade é conhecida como etologia clínica, zoopsiquiatria ou medicina veterinária comportamental. O profissional, Stéfano Mendes Lima, que trabalha há dez anos na área conta ser muito semelhante a psiquiatria infantil. “O primeiro sinal é a mudança de comportamento. Em todos os seres vivos, esse é um indício de que algo não está funcionando bem”, diz o especialista.
Os sintomas podem aparecer pelos motivos mais variados, como o distanciamento dos tutores, por exemplo. O profissional explica que situações como essa podem provocar a Síndrome da Ansiedade de Separação, o que leva o pet a ter comportamentos como arranhar a porta, fazer xixi pela casa, rasgar e quebrar objetos.
Estudos mostram, inclusive, a relação destas alterações com a “personalidade” do animal. Uma pesquisa da Universidade de Bristol, no Reino Unido, concluiu que cachorros que mostram este tipo de comportamento relacionado à separação também parecem ser mais pessimistas de forma geral.
“A pesquisa sugere que pelo menos alguns desses cães podem ter estados emocionais negativos subjacentes. E os donos são encorajados a procurar tratamento para melhorar o bem-estar de seus cães”, conta a chefe-adjunta do Departamento de Animais de Companhia da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), Samantha Gaines.
Focadas na área psicológica, algumas
empresas de adestramento já desenvolvem
abordagens terapêuticas (Foto: reprodução)
As mudanças podem ser apresentadas por sintomas físicos, como a dermatite psicogênica ou dermatite acral que ocorre por lambedura e pode ter como possíveis causas a solidão, ansiedade e até o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). “O cachorro lambe tanto uma área do seu corpo (a pata, por exemplo), que pode ficar sem pelo”, diz Lima.
Como tratar. O especialista relata que para se chegar ao diagnóstico é necessário conversar com diversas pessoas que estão no ciclo de convivência do animal, para que possam ser observadas características que tenham o levado à mudança de comportamento. A mudança na rotina, após o diagnóstico, será necessária para observar como o pet irá reagir aos estímulos. No entanto, Lima ressalta que é importante não demonstrar comandos negativos, pois isso pode acarretar em outros problemas.
“Evita-se o uso de submissão, empregada amplamente na maior parte dos adestramentos. As pessoas tendem a tratar superficialmente os problemas de comportamento por meio de estímulos negativos (como borrifar água no animal, bater ou esfregar o focinho no xixi), mas estudos científicos revelam que os animais, quando confrontados, ignorados ou acuados tendem a ficar mais agressivos, desobedientes, revoltados, estressados e ansiosos”, salienta o especialista em psicologia animal e adestramento, Marco Maynart.
Os valores, segundo Lima, vão de acordo com uma conversa prévia, já que não existe uma tabela que mensure este serviço. No entanto, o valor de uma consulta com um médico-veterinário gira em torno de R$180,00 a R$200,00.
Fonte: Correio, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.