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Pets e Curiosidades, Destaques

Zootecnista e adestradora canina fala sobre como manter uma boa convivência entre cães e gatos

Por Equipe Cães&Gatos
cao e gato
Por Equipe Cães&Gatos

Gabriela Couto, da redação 

gcouto@ciasullieditores.com.br 

Inúmeras pessoas adotam cães e gatos, que acabam virando uma parte da família, mas como manter uma boa convivência entre eles? Tudo bem que uma briga entre “irmãos” é normal, mas não pode ser algo que atrapalhe a harmonia da casa, não é? 

A zootecnista e adestradora canina, Bárbara Rosário, assegura: para que a convivência entre cães e gatos seja harmoniosa, é primordial que o tutor possa prover, aos animais, as condições necessárias para que ambos possam expressar os seus comportamentos naturais da espécie, que eles não tenham medo de conviver um com o outro no mesmo ambiente e que as agressões sejam evitadas ao máximo.  

cao e gato
O período ideal para a apresentação é durante a fase de ‘socialização’ do animal, que acontece com ele ainda filhote (Foto: Reprodução)

De acordo com Bárbara, o período ideal para a apresentação é durante a fase de ‘socialização’ do animal, que acontece com ele ainda filhote. “É nesse período que ambas as espécies precisam conhecer o mundo ao redor de onde vivem e fora dele, e isso inclui humanos e outros animais. Isto é o que chamamos de ’socialização’ e ela precisa ser muito bem feita, ou seja, o tutor precisa saber o que é a socialização e como ela funciona para ambas as espécies”, explica.  

A zootecnista conta, também, que objetivo da socialização é fazer com que o animal aprenda que estar com outros bichos é uma coisa legal, e isto deve ser feito com bastante interação positiva, com brincadeiras, bastante petiscos, respeitando a individualidade de cada um e evitando brigar com esses animais, caso ocorra algum conflito entre eles. 

Segundo Bárbara, a primeira coisa que precisa ser entendida é que os tutores não podem deixar os animais entrarem em conflito, pois existem riscos sérios nessas situações. O tutor deve trabalhar com prevenção, e, para isso, é importante que cada animal tenha seu espaço na casa, que as interações entre eles sejam saudáveis e supervisionadas e que sejam muito bem socializados um com o outro. “Todavia, em casos de agressividade, para separá-los, pode-se fazer um ruído muito alto no ato da briga. Gritar nesse momento poderá piorar a situação, então, pode ser utilizado, inclusive, qualquer objeto que possa separá-los fisicamente. Colocar a mão para separar brigas pode fazer com que a pessoa leve uma mordida, então, na dúvida, use um objeto para separar”, recomenda. 

Cães e gatos exigem cuidados diferentes e especiais com a alimentação, por isso, a zootecnista recomenda que a comida do felino fique sempre em um local alto, onde o cachorro não tenha acesso. E para o cão, o recomendado é manter uma rotina de horários de atividades e alimentação no enriquecimento ambiental, nunca no pote comum, e o ideal é que isso seja feito em um ambiente separado. É importante, também, manter sempre água fresca disponível para os pets.  

Além desses cuidados com a alimentação e hidratação, é importante se atentar à caixa de areia dos gatos, para evitar problemas com o cão e o tutor. “Cães, geralmente, têm o hábito de ingerir fezes de gatos, então, uma solução muito simples é deixar a caixa de areia fora do alcance do cão, ou seja, colocar em um local onde ele não consiga alcançar, mas o gato sim. Uma boa opção é o uso de um portãozinho para separar o banheiro do gato de outras áreas da casa”, explica Bárbara.  

Os pets exigem cuidados especiais e são recomendadas visitas frequentes ao médico-veterinário, para realização de check-up e monitoramento da saúde. Bárbara reforça que os tutores devem se atentar sempre ao comportamento dos cães e gatos, e entender que qualquer sinal diferente é motivo para procurar ajuda de um profissional. “Existem comportamentos estranhos que cães e gatos podem vir a apresentar devido a problemas de saúde, mas descartadas todas as possibilidades, existe a chance de o animal estar sofrendo de algum problema de saúde mental proveniente do estresse. Independente da espécie, manter animais em cativeiro pode ser estressante para eles e requer cuidados tanto da sua saúde física, quanto da sua saúde mental”.  

Para evitar problemas de estresse nos animais de companhia, é importante que ambos sejam supridos das suas necessidades naturais da espécie, ou seja, o tutor deve investir muito em enriquecimento ambiental, conhecer o básico sobre o que é um cão e o que é um gato, conhecer o básico de linguagem corporal canina e felina e se dedicar para estabelecer uma rotina de atividades, tomando cuidado para não deixá-los a maior parte do dia sozinhos. “A graça de ter um animal de estimação está no cuidado, afeto e responsabilidade que temos com eles, então, para termos pets em casa, é preciso assumir um compromisso de cuidados de, no mínimo, 18 anos”, finaliza.