Após contrair a forma grave da leptospirose, um jovem de 15 anos morreu em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Os primeiros sintomas surgiram após a vítima ajudar a mãe durante uma enchente que atingiu sua casa. O caso ocorreu em 23 de fevereiro deste ano.
Segundo informações obtidas pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), o jovem, de início, teve dois dos principais sintomas: dor de cabeça e diarreia. Com a piora, ele ficou três dias internado no Pronto-Socorro Central de São Gonçalo, porém seus órgãos entraram em falência e ele acabou não resistindo.
Entre os sintomas comuns da doença, o CRMV-RJ ainda destaca febre alta repentina; dor na panturrilha; dor no corpo; olhos vermelhos; mal-estar; calafrios; manchas vermelhas pelo corpo; meningite; desidratação; tosse; náuseas e vômitos.
O período de incubação da doença varia de 1 a 30 dias, sendo mais frequente entre 5 e 14 dias. A doença apresenta manifestações clínicas variáveis, desde formas assintomáticas e oligossintomáticas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes. Em aproximadamente 15% dos pacientes, a leptospirose progride para a fase tardia da doença, que é associada a manifestações graves e potencialmente letais.
A leptospirose é uma zoonose de importância mundial, causada por leptospiras patogênicas transmitidas pelo contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria.
Um amplo espectro de animais sinantrópicos, domésticos e selvagens serve como reservatório para a persistência de focos de infecção. No meio urbano, os principais reservatórios são os roedores (especialmente o rato de esgoto). Outros reservatórios são os suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães.
A transmissão ocorre, principalmente, por meio do contato com a água ou lama de enchentes contaminadas com urina de animais portadores, sobretudo os ratos. A penetração da Leptospira no corpo, através da pele, é facilitada pela presença de algum ferimento ou arranhão. Também pode ser transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados.
A principal forma de se prevenir da doença é evitar o contato com a água ou lama de enchentes, mas, caso seja necessário, utilize botas e luvas de borracha. Medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas também ajudam na prevenção.
O Conselho enfatiza que, caso haja suspeita de leptospirose, o indivíduo deve procurar imediatamente uma unidade de saúde para que seja feita uma rotina de anamnese e exame físico.
O CRMV-RJ ainda recomenda que os cães sejam vacinados contra a leptospirose, visto que esses pets também podem ser acometidos com a doença. A vacina V8 apresenta dois sorotipos para imunizar contra a doença, já na vacina V10 são quatro sorotipos, ou seja, protege contra quatro cepas (tipos) de bactérias da leptospirose. O reforço deve ser feito a cada seis meses.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela equipe Cães&Gatos.
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