Adoecimento e idade estão entre as motivações apontadas no estudo
Boa parte dos tutores veem o animal como membros da família, mas uma pesquisa recente mostra que esse sentimento não resiste no caso de mudanças de residências. 60% dos entrevistados responderam que abandonariam o pet se precisassem trocar de endereço. Os dados foram divulgados pelo Instituto Waltham (Inglaterra) e Ibope Inteligência (São Paulo/SP).
Entre as motivações destacadas entre os entrevistados, estão: a falta de adaptação, adoecimento, envelhecimento e, até, arrependimento. O médico-veterinário, Flávio Silveira Santos, aponta a conduta como negligente. “O animal fica com problema na coluna, tem dificuldade de se locomover e o tutor vai deixando. Chega um momento em que o animal para de andar e é, então, que o proprietário o abandona”, comenta.
Adoções após o abandono são mais difíceispela baixa procura de cães adultos (Foto: reprodução)
A saída para esses cães acaba sendo a rua. Abandonados, muitos vão parar em abrigos. Como o que a protetora de animais, Paula Canazza, mantém. Atualmente, ela possui 100 cães que estão para adoção e, destes, 80% foram resgatado. Destes, 20% foram vítimas de maus-tratos. A dona do abrigo conta que os animais que possuem alguma deficiência são os últimos a serem adotados. “A adoção de algum especial, como chamamos, é quase zero. Infelizmente, tem muito preconceito”, afirma.
Outros grupos que sofrem com a dificuldade de encontrar um lar são os vira-latas e os cães pretos. Canazza comenta que já questionou possíveis adotantes sobre o motivo de não levarem animais com pelagem escura, mas muitos afirmam não ser uma preferência. “Há pessoas que querem adotar um cachorro e outras que querem um status”, ressalta.
Atualmente, 44,3% dos lares no Brasil possuem ao menos um cachorro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, Rio de Janeiro/RJ). Informação que reforça a incidência crescente de animais abandonados.
Fonte: R7, adaptado pela equipe Cães&Gatos.