Os cães são excelentes fontes de companhia e os benefícios que eles trazem para a rotina em casa são inúmeros. Além de oferecerem carinho e atenção para seus tutores, são ótimos parceiros para a prática de exercícios físicos e suporte emocional nos momentos mais difíceis. Atualmente, são mais de 54 milhões de cães no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e esse número tem tudo para continuar crescendo conforme as previsões feitas pelo Instituto.
Os cães sem raça definida (SRD) são maioria no País e aparecem como o pet favorito dos brasileiros em diferentes censos. Devido à mistura genética, esses cães apresentam uma gama variada de tamanhos, cores e habilidades. Ainda assim, em 2020, a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) realizou 128.800 registros de cães de raça no País.
A escolha por uma raça pode dizer muito sobre a personalidade, preferências e estilo de vida do tutor. Algumas, por exemplo, são mais indicadas para quem vive em apartamentos, para quem têm filhos, para os amantes de esportes, os que precisam de companhia mais tranquila, segurança, entre outros.
Ao escolher uma raça é muito importante que o novo tutor considere suas necessidades e características e avalie se terá condições de atendê-las. Ter a guarda responsável de um animal também significa oferecer a ele suporte adequado ao seu bem-estar e saúde.
Recentemente, a CBKC publicou um ranking das raças mais buscadas pelos brasileiros. A médica-veterinária e gerente de Comunicação Científica da Royal Canin Brasil, Natália Lopes, preparou um levantamento com as principais características e curiosidades de cada uma delas.
SPITZ ALEMÃO (POMERÂNIA)
Na liderança do ranking está o Spitz Alemão, no Brasil, mais conhecido como Lulu da Pomerânia. A bela pelagem com subpelo abundante é uma das suas características mais cativantes, especialmente o colar tipo juba e a cauda espessa.
Esses cães são excelentes companheiros, além de inteligentes, ativos e protetores. Dentre os cuidados que os Spitzs demandam, podemos destacar a sensibilidade digestiva e articular, além da necessidade de atenção especial com sua pele e pelagem. Como um cão de porte miniatura, a doença periodontal pode ser frequente, e aparecer já na juventude. Essa doença é causada pelo acúmulo de placa bacteriana excessiva sobre os dentes, formando o biofilme, e que pode evoluir para o cálculo dentário, o que chamamos de “tártaro”. A escovação dental diária é a melhor forma de prevenir a adesão do biofilme, mas uma alimentação com croquetes adaptados, que permitam a penetração dos dentes durante a mastigação, promove um efeito mecânico que auxilia na limpeza, podendo retardar o aparecimento dessa condição.
A médica-veterinária, Natália Lopes, explica que “tais características da raça demandam cuidados específicos de higiene, além de ser importante fornecer uma nutrição adequada”.
BULDOGUE FRANCÊS
A medalha de prata ficou para o Buldogue Francês – uma raça de porte pequeno ou médio, já que podem variar de 8kg a 14kg. Apesar da aparência robusta, com estrutura óssea forte, são extremamente carinhosos e suas orelhas sempre empinadas lhes garantem uma expressão alerta e curiosa. Esses cães são extrovertidos, alegres, brincalhões, atléticos e, acima de tudo, amorosos com pessoas de todas as idades. Adaptam-se muito bem a vida em apartamento, e gostam de ficar próximos de seus tutores todo o tempo. Toleram pouco o calor por conta das dificuldades respiratórias agravadas pelo focinho achatado (braquicefálico).
As doenças mais comuns da raça são de origem ocular, musculoesqueléticas e reprodutivas. Problemas auriculares e dermatológicos ocupam a quarta e quinta posição, respectivamente. Embora não estejam no topo das afecções mais frequentes, problemas dermatológicos, principalmente a atopia, respiratórios, como a síndrome braquicefálica das vias aérea superiores e gastrointestinais, como flatulência, são geralmente as causas das primeiras consultas ao veterinário.
“A nutrição desses cães precisa ser um alimento altamente digestível, que reduza a quantidade de compostos não digeridos no cólon para limitar o excesso de fermentação”, conta Natália.
SHIH TZU
Apesar do nome ser traduzido como “leãozinho”, o Shih Tzu tem um temperamento calmo e carinhoso, sendo um excelente cão de família ou companhia. Adoráveis, os Shih Tzus são cães inteligentes, ativos, vivazes e adoram a companhia humana, mas também gostam de manter um pouco de independência. Quando bem socializados desde cedo, Shih Tzus tornam-se agradáveis animais de estimação e se dão muito bem com crianças.
Um pet de pelagem comprida, de característica lisa ou levemente ondulada, necessita de escovação recorrente para evitar os nós. Por isso, desde cedo, é importante o tutor acostumá-lo com esse processo.
Outra característica do Shih Tzu é o focinho achatado, que não favorece a respiração em atividades físicas de alta intensidade. Eles não precisam de muito exercício, mas é bom ficar de olho para evitar problemas decorrentes do sedentarismo.
“É importante ter cuidado com as infecções de ouvido e com a obesidade, além de atenção especial aos cuidados com a saúde oral”, comenta Natália.
ROTTWEILER
A quarta raça preferida dos brasileiros é o Rottweiler. São cães de porte gigante, musculosos e ativos, sempre atentos ao que acontece ao seu redor. Embora possam demorar um pouco para se acostumar com estranhos, e seja famoso por sua aparência imponente e temível, são pets leais e carinhosos com a família, além de super obedientes. Eles necessitam de espaço externo, como um quintal, e podem ser excelentes cães de guarda.
Exemplares da raça Rottweiler podem ter maior propensão a doenças osteoarticulares, como câncer e displasia coxofemoral, e sensibilidades que afetam o sistema gastrointestinal. Por isso, a alimentação deve ser equilibrada, com um balanço preciso de nutrientes, e com proteínas de alta qualidade e digestibilidade. “Cada raça tem uma necessidade nutricional diferente e, por isso, é importante o tutor conversar com o veterinário de confiança para que ele possa indicar o alimento mais apropriado”, orienta Natália.
GOLDEN RETRIEVER
Esta é uma raça resistente, vigorosa, ativa. É um rastreador nato, mas menos metódico do que o Labrador. Os Goldens têm uma memória fora do comum e são pouco agressivos, então, não têm tendência a latir muito. Não são cães de guarda – são meigos, sensíveis, calmos e equilibrados, se tornando companheiros muito fiéis! O treinamento deles deverá ser firme, mas com suavidade.
Por ser uma raça de grande porte, não está adaptado para viver em ambientes pequenos, porque precisa muito de exercício. Outro cuidado importante com esta raça é em relação aos pelos. Precisa ser escovado uma ou duas vezes por semana de preferência com uma escova especial na época da muda.
Nutrição para Raças Específicas
A nutrição específica para cada raça aparece nos detalhes, porque, embora algumas raças apresentem bastante similaridade como o Buldogue Francês e Shih Tzu – ambos braquicefálicos e de porte pequeno – elas não possuem exatamente as mesmas necessidades. “Os Shih Tzus, por exemplo, não sofrem com a mesma frequência da síndrome braquicefálica das vias aéreas superiores como o Buldogue Francês, assim como a sensibilidade digestiva pode ser maior na última raça citada”, salienta.
Dentro de uma dieta, segundo a profissional, essas diferenças impactam, por exemplo, no formato, tamanho e densidade dos croquetes (pela conformação facial, comportamento glutão e força de mordedura), na formulação (nutrientes para formação dos músculos ou crescimento dos pelos). “E até na densidade de calorias por porção, visando a manutenção do peso mais saudável”, adiciona.
Já para cães de raças de porte grande como o Rottweiler e o Golden Retriever, o alimento deve ser nutritivo e a quantidade de calorias adequada para o porte físico e a rotina do cão. Eles requerem quantidades específicas e diferentes de nutrientes do que as raças menores, por exemplo.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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