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Insuficiência Cardíaca Congestiva é a principal consequência das doenças cardíacas em pets

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

Gabriela Couto, da redação 

gcouto@ciasullieditores.com.br 

O Dia do Cardiologista é celebrado no dia 14 de agosto, e esse especialista também é fundamental na rotina dos animais de companhia, principalmente dos pets mais velhos, com mais de 8 anos.  

Dia a dia desse profissional, segundo o médico-veterinário e coordenador de Cardiologia dos Hospitais Pet Care, Vinicius Dayoub Gonçalves, é bem agitado e desafiador. “Diariamente, nós lidamos com pacientes com doenças e fenótipos avançados, então, o maior desafio é relacionado ao manejo de expectativas com os tutores. Em alguns momentos, atendemos doenças em estágios terminais, que requerem avaliações seriadas e frequentes, e, muitas vezes, internações.  Por isso, conversas francas e didáticas com os tutores favorecem muito o andamento do caso e, inclusive, o prognóstico do paciente. O tutor tem que fazer parte do processo”, explica Gonçalves.  

Um dos problemas cardíacos que mais atingem cães e gatos é a Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), que, segundo o médico-veterinário, é a principal consequência das doenças cardíacas (adquiridas ou não) em pets. “Doenças adquiridas, que os cães geralmente desenvolvem em decorrência de doenças valvares, enquanto gatos desenvolvem devido às cardiomiopatias”, elucida. 

De acordo com Gonçalves, a ICC trata-se de um estado de inadequação do sistema cardiovascular em compensar as alterações decorrentes dessas doenças estruturais, fazendo com que haja o desenvolvimento da congestão, podendo ser esquerda ou direita. “De modo simplista, os animais com ICC esquerda desenvolvem dispneia expiratória por conta de edema pulmonar cardiogênico, enquanto a ICC direita leva o paciente ao desenvolvimento de ascite e hepato/esplenomegalia por congestão venosa”.  

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Manter a rotina de exames dos animais de companhia é necessário e fundamental, principalmente daqueles que já apresentam histórico de doenças mais graves, sejam elas cardíacas ou não (Foto: Reprodução)

Sinais que merecem atenção 

Os sintomas ICC podem variar: os pacientes com ICC esquerda, geralmente, apresentam um quadro de dispneia expiratória, ou seja, possuem dificuldade respiratória durante a expiração, por conta do edema pulmonar cardiogênico.  A dispneia vem acompanhada de baixa saturação de O2 e posição de ortopneia, sendo um caso de emergência nas clínicas veterinárias. Os pacientes com ICC direita, apresentam abaulamento abdominal devido à ascite e hepatomegalia, e neste caso, a drenagem do fluido abdominal é a abordagem mais efetiva. O ideal é que o tutor fique atento ao comportamento do pet e procure um médico-veterinário caso observe algo fora da normalidade”, recomenda.  

As principais causas da ICC, segundo Gonçalves, em cães, são, majoritariamente, as doenças valvares, como a degeneração mixomatosa valvar, que é um processo crônico, degenerativo e progressivo da valva mitral – trata-se de uma doença adquirida. Nos gatos, entretanto, as cardiomiopatias, doenças relacionadas com alterações estruturais do tecido muscular cardíaco (miocárdio), como hipertrofia (fenótipo hipertrófico) ou enrijecimento (fenótipo restritivo), são as principais responsáveis pela ICC.  

Os animais mais velhos têm mais chances de desenvolver ICC, “na sua maioria, atinge pacientes com mais de 8 anos, porém com a popularização de algumas raças, como o Cavalier King Charles Spaniel, temos visto cada vez mais pacientes jovens (com menos de 6 anos) desenvolvendo ICC esquerda em decorrência de doença valvar. Em gatos, algumas raças, como o Maine Coon, apresentam predisposição genética para desenvolvimento de cardiomiopatia hipertrófica, então é comum diagnosticarmos em pacientes com menos de 5 anos”, conta o médico-veterinário.  

O tratamento da Insuficiência Cardíaca Congestiva é baseado em pilares terapêuticos, como o uso de diuréticos, vasodilatadores e inodilatadores, como o pimobendam, que vem mostrando sinais de benefício quando associado, de maneira mais precoce, em cães. Gonçalves destaca que o uso de diuréticos só é indicado quando o paciente está congesto, ou seja, já foi diagnosticado com ICC, não sendo indicado para animais que não apresentam o quadro.  

Além da ICC, existem várias outras doenças cardíacas que podem atingir cães e gatos, e merecem atenção do tutor. “Em cães, sem dúvidas, a mais frequente é a doença valvar mixomatosa, a famosa degeneração da valva mitral. Em felinos, a principal responsável pelo desenvolvimento de ICC são as cardiomiopatias, sendo o fenótipo hipertrófico de longe a mais prevalente”, comenta o profissional.  

Manter a rotina de exames dos animais de companhia é necessário e fundamental, principalmente daqueles que já apresentam histórico de doenças mais graves, sejam elas cardíacas ou não. “A frequência com que os animais fazem exames cardíacos, é alinhada entre o clínico geral e o próprio cardiologista. De forma geral, cães com mais de 6 anos de raças predispostas (com menos de 10kg) devem fazer check-up anual, de acordo com as alterações encontradas no exame ecocardiográfico, ou em caso de sinais clínicos (tosse e/ou cansaço fácil). Felinos, por não apresentarem muitos sinais clínicos relacionados com doença cardíaca em estágios mais precoces, preconiza-se, também, sua avaliação anual a partir dos 6 anos”, destaca Gonçalves. 

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