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CRMV-SP lança o Manual de Lavagem e Esterilização

Ausência de capacitação/treinamento de profissionais é uma das falhas mais comuns no processo de esterilização em estabelecimentos veterinários
Por Equipe Cães&Gatos
CRMV-SP lança o Manual de Lavagem e Esterilização
Por Equipe Cães&Gatos

A esterilização de materiais é um conjunto de etapas que visa eliminar microrganismos, principalmente os patogênicos, dos materiais que serão utilizados em procedimentos cirúrgicos. Assim, ao utilizar material estéril na cirurgia o grau de complicações pós-cirúrgico é reduzido.

“Um processo de esterilização bem realizado trará benefícios ao bem-estar do animal durante sua recuperação após a cirurgia e ao médico-veterinário que desfrutará de boa reputação”, explica a coordenadora técnica médica-veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Carla Maria Figueiredo de Carvalho.

Por ser um assunto delicado e complexo, as falhas relacionadas à esterilização de materiais devem ser ao máximo evitadas, seja por meio de ações ou no tocante à estrutura do estabelecimento, por colocarem em risco a saúde e integridade do paciente e da equipe de profissionais envolvida.

É de extrema importância para garantir a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada (Foto: Reprodução)

De acordo com a coordenadora, as falhas mais comuns no processo de esterilização em estabelecimentos médico-veterinários são a ausência de capacitação/treinamento para manusear os equipamentos, erros de procedimentos, a falta de realização de controle de qualidade do processo, a falta de registro de tal controle, ausência de fluxo sanitário adequado, seja em relação a outros setores ou internamente na sala de esterilização e, por fim, o uso de estufas como equipamento de esterilização.

“As dúvidas mais frequentes sobre esterilização de materiais são: como elaborar uma sala de esterilização com o fluxo sanitário adequado, respeitando a separação entre área suja e limpa com uso de barreira física ou técnica, e como realizar o controle de qualidade da esterilização”, elenca Carla.

Como forma de esclarecer dúvidas e orientar os profissionais médicos-veterinários, o CRMV-SP lança o Manual de Lavagem e Esterilização, organizado pela Comissão de Clínicos de Pequenos Animais. A publicação explica os processos de limpeza, desinfecção, esterilização, classificação dos artigos conforme risco de contaminação, monitoramento, armazenamento e distribuição dos materiais, entre outros.

Esterilização de materiais

De extrema importância para garantir a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada, o Centro de Material e Esterilização (CME) é destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização, armazenamento e distribuição dos produtos para a saúde.

Para que se alcance a eficácia do processo de esterilização, Carla explica que o primeiro passo é buscar capacitação/treinamento adequado da equipe ou do profissional médico-veterinário que realizará o processo de esterilização. Além disso, possuir um Procedimento Operacional Padrão (POP), localizado na Sala de Esterilização facilitará a rememoração do processo.

“A eficácia está ligada a uma boa lavagem do material que irá para a autoclave, pois a retirada da maioria ou toda a matéria orgânica aderida ao material será crucial para que a esterilização seja realizada de maneira completa. Além disso, deve-se ter cuidado com a qualidade e o processo de embalagem dos materiais para que não haja microfuros, evitando-se que o material estéril entre em contato com o meio externo”, enfatiza a coordenadora.

Quanto ao monitoramento dos processos de esterilização, Carla lembra ainda, que é fundamental a manutenção preventiva/corretiva nos períodos determinados, utilizando indicadores biológicos, os quais mostram se o processo de esterilização realizado na autoclave foi finalizado com sucesso.

Armazenamento

Outra orientação importante que consta do Manual de Lavagem e Esterilização do CRMV-SP, é o controle do armazenamento e da distribuição do material esterilizado. Victor Chiaroni Galvão, fiscal médico-veterinário do Regional, destaca que possuir uma planilha de registro com as quantidades de kits de materiais já esterilizados, bem como a data da esterilização, irá ajudar o médico-veterinário a controlar o processo de esterilização do seu estabelecimento e evitar a utilização de materiais com a validade vencida.

As falhas mais comuns no processo de esterilização em estabelecimentos médico-veterinários são a ausência de capacitação/treinamento para manusear os equipamentos (Foto: Reprodução)

“Outras dicas fundamentais são: manusear os pacotes quando estiverem completamente frios, antes de estocá-los ou removê-los da autoclave; estocar os produtos esterilizados em local de acesso restrito, separados de itens não estéreis, em ambiente bem ventilado; estocar os itens estéreis a uma distância de 25 cm do piso, 45 cm do teto e 5 cm das paredes”, explica Galvão.

Desinfecção

A realização dos processos de desinfecção deve constituir ações planejadas pelo responsável técnico (RT), com base na demanda do serviço de saúde, otimização dos recursos humanos e de insumos, possibilidades de acondicionamento do material, controle de custos, racionalização do trabalho e em quais tipos de métodos serão utilizados (físico, químico ou físico-químico), de acordo com o nível de desinfecção necessário no seu estabelecimento (alto, intermediário ou baixo).

“A equipe deve ser, adequadamente, treinada para a correta classificação dos materiais, ter domínio sobre a prática com conhecimento dos pontos mais críticos do processo para evitar falhas humanas, além do manuseio e do processamento seguro do produto, de modo a facilitar a aquisição, a retenção e a transferência de aprendizagem ao trabalho”, afirma Galvão.

O fiscal médico-veterinário relata ainda que, para garantir a eficácia do processo, é fundamental a supervisão das etapas críticas pelo RT, além de manter à disposição e em local acessível à equipe, as orientações técnicas atualizadas, como os POPs e manuais fornecidos pela empresa.

“O resultado da desinfecção pode ser afetado pelo método utilizado ou pelo nível de contaminação do material, podendo ser necessário uso de desinfetantes em concentrações diferentes”, esclarece Galvão.

Orientação aos profissionais

Na publicação, o médico-veterinário poder acessar, de forma clara, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que dispõe sobre os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e define o Centro de Material e Esterilização (CME); e a RDC que define as atividades que devem ser desenvolvidas pelo CME; além de outros tópicos, como:

 – Definições (artigos, barreira técnica, limpeza, tipos de produtos etc.);
 – Estrutura física;
 – Classificação dos artigos conforme risco de causar infecções e potencial de contaminação;
 – Critérios recomendados para o processamento dos artigos;
 – Tipos de embalagem/embalamento;
 – Monitoramento dos processos de esterilização;
 – Armazenamento de materiais.

O Manual de Lavagem e Esterilização pode ser acessado por meio deste link.

Fonte: CRMV-SP, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.

FAQ

Qual a função da esterilização?

A esterilização de materiais é um conjunto de etapas que visa eliminar microrganismos, principalmente os patogênicos, dos materiais que serão utilizados em procedimentos cirúrgicos.

Qual o objetivo do Manual lançado?

A publicação explica os processos de limpeza, desinfecção, esterilização, classificação dos artigos conforme risco de contaminação, monitoramento, armazenamento e distribuição dos materiais, entre outros.

Onde posso acessar o Manual lançado?

O Manual de Lavagem e Esterilização pode ser acessado por meio deste link.

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