Segundo CFMV, ficar atento as mudanças no comportamento do animal é de extrema importância
Em período de quarentena ocasionada pelo novo coronavírus, não só o comportamento dos humanos tem sido afetado, o dos animais de companhia também, como afirma o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Segundo o Órgão, o hábito de ficar em casa pode gerar ansiedade a até mesmo depressão nos pets, assim como a redução no número de passeios pode ocasionar mudanças no manejo nutricional dos animais.
Com isso, é preciso observar se o comportamento do animal está diferente e se ele está fazendo algo que não costumava fazer. “Cães estressados, por exemplo, exacerbam o hábito de lambedura nas patas e o ato de dar voltinhas ao seu redor, como se estivessem pedindo para passear. Alguns vocalizam, rosnam e choramingam, como num pedido de socorro, outros se isolam por baixo dos móveis, ficam mais arredios, tornam-se hiperativos ou até mordem”, explica o médico-veterinário da Comissão de Estabelecimentos Veterinários do Conselho (CNEV/CFMV), Roberto Lange.
Já o zootecnista, mestre em Psicologia e integrante da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV), alerta que animais estressados podem, ainda, ficar mais tempo dormindo ou reclusos. “Isso costuma acontecer bastante com cães medrosos e gatos, principalmente quando há outros animais ou pessoas na casa. Conhecer o comportamento normal da espécie e do indivíduo ajuda muito”, informa o zootecnista.
O CFMV também explica que se o pet apresentar algum desses sinais, está na hora de dar atenção e fazer brincadeiras, como arremesso de brinquedos, o próprio banho em casa e outras formas de interação. Deixá-lo seguro quando não deseja interações também é importante, por exemplo, quando está em seu território ou debaixo da cama. Caso nada disso resolva, talvez seja necessária uma medicação para controlar a ansiedade, mas isso só deve ocorrer em último caso e se for receitada pelo médico-veterinário de confiança dos tutores, como afirma o Conselho.
Para cães que só fazem as necessidades na rua, o passeio ajuda a controlar a ansiedade. Neste momento, no entanto, é preciso evitar aglomerações e não permitir que outras pessoas façam carinho no animal.
Para o médico-veterinário especializado em nutrição clínica, Ronald Glanzmann, além das medidas de biossegurança nos passeios e dos exercícios diários, a alimentação balanceada, suplementação e uso de probióticos têm uma resposta bastante positiva no estímulo à imunidade. “Esses cuidados são importantes para evitar alteração de peso, gordura corporal e os impactos na saúde dos pets”, explica.
Evitar produtos que usem corantes, conservantes artificiais e palatabilizantes, além de fornecer água de boa qualidade são outras recomendações de Glanzmann. Probióticos com bactérias que atuam nos intestinos grosso e delgado são, segundo ele, importantíssimos para modular a microbiota, o que reflete endogenamente em melhora da resposta imune, assim como a suplementação com aminoácidos.
Com tudo o que foi citado, os profissionais do Conselho recomendam algumas ações a serem feitas pelos tutores, como: Em caso de passeios ao ar livre, eles devem ser curtos e focados às necessidades fisiológicas do pet, dando prioridade a lugares menos movimentados e horários mais tranquilos; Evitar o contato com outros animais e pessoas; Realizar a higiene das patas e pelos do pet com água e sabão neutro quando voltar para a casa; Em caso de banhos realizados na residência, observar odores na pele, ouvido e boca; E para reforçar a imunidade, exercícios diários, alimentação balanceada, suplementação e uso de probióticos, são medidas que também evitam alteração de peso, gordura corporal e outros impactos na saúde dos pets.
Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.