Se você tem como uma das resoluções de início de ano adotar ou comprar um gato, esta leitura é para você. A médica-veterinária especializada em felinos do Hospital Veterinário Taquaral (HVT), Daniela Formaggio, relaciona dicas e cuidados que se deve ter com essa espécie que seguramente tem um dos filhotinhos mais encantadores do mundo animal.
Para quem nunca teve um felino, é importante saber que eles não devem tomar leite de vaca, embora esse seja um alimento muito associado à espécie nos desenhos da TV e do cinema. “O leite de herbívoros, como é o caso do leite de vaca e de cabra, tem uma composição diferente do leite dos mamíferos. Ele é rico em lactose e pobre em gorduras e proteínas. Se alimentados deste leite, os filhotes podem apresentar diarreia, gases e até desnutrição, se esse for o único alimento oferecido ao animal”, alerta a Dra. Daniela. Assim, o pet deve tomar só o leite da própria mãe ou algum substituto indicado pelo veterinário.
Também é importante levar em consideração que os filhotes, além de estarem conhecendo o mundo, precisam de um tempo para se adaptar ao novo lar e aos seus tutores. “Os gatos, geralmente, são considerados filhotes até completarem um ano de vida, quando se tornam adultos. A exceção ocorre em animais de raças gigantes, como o Maine Coon, que apresenta um desenvolvimento mais lento e pode levar até três anos para atingir a fase adulta”, explica Daniela.
Gateiros de primeira viagem precisam saber que os felinos normalmente dormem muito, chegando até 16 horas por dia. No caso de filhotes, esse número é ainda maior e pode chegar a incríveis 20 horas de sono por dia neste início de desenvolvimento. Assim, quem tem crianças em casa deve orientá-las para que respeitem o descanso do novo pet, apesar da inevitável euforia provocada pela chegada do novo companheiro.
É de pequeno que se aprende
Cada gato tem sua personalidade e, na vida adulta, costumam ser muito diferentes uns dos outros, cada um com seus hábitos. Mas, de um modo geral, do segundo até o sétimo mês de vida os filhotes são bem receptivos e o tutor deve aproveitar essa fase para socializá-los. É o momento ideal para “acostumar” o gato a, por exemplo, andar de carro, escovar os dentes e a comer sachês e petiscos além da ração.
“Neste período, é bom até mesmo acostumar o gato com o seu veterinário. Um filhote que foi bem socializado se torna um adulto feliz e tranquilo, tanto em relação a outros animais como em relação a pessoas de fora de seu convívio familiar”, justifica a veterinária, que ainda afirma que um adulto até pode ser socializado, mas os filhotes têm mais facilidade.
É importante que cada uma dessas novas experiências seja proporcionada ao gato de uma maneira cuidadosa. Se as primeiras visitas ao veterinário ou escovações de dentes, por exemplo, ocorrerem de forma abrupta, o trauma pode acompanhar o gato durante sua vida adulta.
Lugar de gato é dentro de casa
De todas as orientações para novos tutores de gatos, talvez a mais importante seja a de colocar tela de proteção em toda a casa ou apartamento para evitar fugas ou quedas. É mito o conceito de que um felino acostumado desde filhote a ficar dentro de casa não terá o desejo de passear na rua. “O gato é extremamente curioso e faz parte da sua natureza explorar o território ao seu redor. Felinos são caçadores e mesmo um de temperamento calmo ou sedentário pode sim querer se aventurar fora de casa se houver uma oportunidade. Por isso é importante que haja a proteção de telas que evitem as fugas”, salienta Daniela. Na rua, o risco de acidentes graves com o gato aumenta muito, sem contar a possibilidade de contrair raiva ou outras doenças graves, como a leptospirose.
Antes de sair comprando brinquedos de todos os tipos, saiba que eles gostam mesmo é de caixas. “Além da diversão, é importante fornecer ao pet um ambiente onde ele se sinta seguro. Uma dica é espalhar caixas ou outros objetos que ele possa fazer de toca pela casa. Será um refúgio para o filhote quando se sentir ameaçado”, orienta a profissional.
Ao contrário do que acontece com filhotes de cães, ensinar seu gato a fazer suas necessidades não será uma tarefa difícil. Na maioria das vezes, não dá trabalho nenhum, já que os gatos reproduzem muitas atitudes por instinto. “Os felinos começam a utilizar a caixinha de areia para enterrar suas fezes e urina a partir da quarta semana de vida. Isso ocorre, em grande parte das ocasiões, de forma instintiva, sem que seja necessário ensinar o filhote”, finaliza Daniela.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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