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Clínica e Nutrição

Controle da leishmaniose visceral é fundamental para evitar sofrimento de animais

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

Ela pode ser chamada de leishmaniose visceral (LV) ou calazar, tanto faz. O que não é diferenciado e nem pode ser menosprezado é seu potencial. Relembrando, a doença pode ser causada por protozoários parasitos de duas espécies: Leishmania infantum e L. donovani.

Conversamos com o biólogo, professor associado III, do Departamento de Microbiologia e Parasitologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária da UFRN, Paulo Marcos da Matta Guedes, e ele explica que, no Brasil, o parasito causador da LV é a L. infantum, que também pode ser chamada de L. chagasi (sinônimo). “A L. infantum é encontrada parasitando, principalmente, macrófagos, que são células de defesa do sistema imunológico, parasitando, portanto, órgãos que apresentam abundância dessas células como: fígado, baço, medula óssea e linfonodos”, cita.

Paulo Guedes está envolvido em uma nova estratégia de controle para LV investigada por um grupo de pesquisa na UFRN. Esse estudo envolve a avaliação do tratamento de cães em áreas endêmicas com isoxazolinas. “O fluralaner (Bravecto), sarolaner (Simparic), afoxolaner (NexGard) e lotilaner (Credeli), pertencem a essa classe de fármacos com ação inseticida e acaricida, que atuam inibindo o sistema nervoso de artrópodes. Essa classe atua sob os canais de cloreto acoplados ao ácido gama aminobutírico (GABACls) e canais acoplados ao L-glutamato (GluCls), apresentando alta seletividade para neurônios de insetos sobre neurônios de mamíferos”, elucida.

Ele compartilha que o grupo de pesquisa escolheu o composto fluralaner (Bravecto) para avaliar a atividade inseticida contra Lu. longipalpis por apresentar o período de ação mais prolongado contra pulgas e carrapatos após a administração em cães: 12 semanas. “Inicialmente, nós tratamos cães com dose oral única de fluralaner (Bravecto) e submetemos os animais a repasto sanguíneo com fêmeas Lu. longipalpis não infectadas. Observamos que houve 100% de mortalidade dos insetos transmissores de L. infantum após alimentação sanguínea até cinco meses após o tratamento dos cães. Além disso, no sexto mês, 72% dos insetos morreram. Esses dados indicam que poderíamos fazer o tratamento de cães com fluralaner (Bravecto) em área endêmica de LV a cada cinco ou seis meses, na tentativa de reduzir a população do inseto transmissor, sua infecção pelo parasito, a taxa de infecção canina e, consequentemente, a taxa de infecção humana”, observa.

Esse, inclusive, é o próximo passo da pesquisa na qual Guedes está envolvido: tratar cães de área endêmica para LV no RN e verificar se ocorre diminuição da população de Lu. longipalpis e diminuição da infecção por L. infantum dos insetos e, também, redução da infecção de cães e humanos pelo parasito. “Essa medida de controle poderia ser associada a outras já existentes, como vigilância entomológica e utilização de inseticida no peridomicílio e domicílio, utilização de coleiras com ação repelente, soroepidemiologia canina com remoção de animais infectados e manejo ambiental (limpeza do ambiente e saneamento básico)”, sugere.

No Brasil, Paulo Guedes declara que, no ano de 2021, foram notificados 1683 casos clínicos humanos. “Esse número pode estar subestimado devido à sobrecarga gerada no sistema de saúde pela pandemia da Covid-19. Se observarmos a série histórica, nos últimos 20 anos, percebemos que existem, aproximadamente, 3 mil casos clínicos por ano. Deve ser ressaltado que os casos de infecção humana relatados são referentes a pacientes com manifestações clínicas, que equivalem entre 10-20% do total de casos humanos. Dessa forma, poderíamos ter em torno de 15 mil novos casos humanos por ano no Brasil.  Em áreas endêmicas, a infecção de cães por L. infantum ocorre de forma generalizada com soroprevalência variando normalmente de 5% a 40%. 

Clique aqui para ler a reportagem completa, gratuitamente, em nossa revista on-line e conferir o atual cenário brasileiro sobre a leishmaniose.

(Foto: C&G VF)

Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.

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