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Controle da dor é fundamental para pets com doenças articulares

Mudança de comportamento e dificuldade ao se locomover são sinais deste problema
Por Equipe Cães&Gatos
Dog’s paws and legs resting on a tiled floor
Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães e Natalia Ponse, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br | natalia@ciasullieditores.com.br

Osteoartroses, luxações e osteocondrite dissecante estão entre as doenças articulares mais identificadas na rotina de atendimentos de pequenos animais. Esta é a constatação do médico-veterinário Clínico do Hospital Veterinário Taquaral (HVT Campinas) e pós-graduando em Ortopedia e Neurocirurgia em Pequenos Animais, Gustavo Bacchim da Silva.

De acordo com Gustavo Bacchim, fatores como peso, manejo ambiental e alimentar, genética e doenças concomitantes podem predispor e acelerar a evolução da doença
(Foto: divulgação)

A osteoartrose, segundo ele, é uma enfermidade progressiva que acomete a cartilagem de articulações sinoviais, fazendo com que ocorra uma desestabilização da ligação normal da articulação, degradando a síntese de condrócitos (células da cartilagem) da cartilagem articular, da matriz extracelular e do osso subcondral. “É considerada uma doença crônica que acomete cães de todos os tamanhos. Fatores como peso, manejo ambiental e alimentar, genética e doenças concomitantes podem predispor e acelerar a evolução da doença”, define o médico-veterinário.

Já as luxações ocorrem quando há um deslocamento de um ou mais ossos de sua posição anatômica em uma articulação, geralmente causadas por traumas ou displasias severas. De acordo com Bacchim, na maioria dos casos, o tratamento acaba sendo cirúrgico.

A osteocondrite dissecante é uma enfermidade muito comum em cães filhotes de raças grandes e gigantes como Dogue Alemão, Golden Retriever, Doberman e Pastor Alemão, como destacado pelo veterinário. O crescimento rápido do tecido ósseo quando filhotes, associado ao manejo alimentar incorreto, faz com que a cartilagem das articulações sinoviais se fragmente dentro da cápsula articular, causando, assim, inflamação e dor quando o animal apoia o membro. 

“As doenças articulares são as enfermidades que acometem de forma aguda ou crônica a cartilagem das articulações sinoviais. Podem ser primárias – relacionadas ao envelhecimento natural (artrose); ou secundárias, como resposta a alguma anormalidade que causa uma instabilidade articular, como luxação de patela, fraturas ósseas, etc”, explica o profissional.

Bacchim conta que a classificação estrutural das articulações é feita de acordo com o tipo de tecido de ligação entre elas, podendo ser:

Sinovial: os ossos não são unidos diretamente, compartilham a cavidade sinovial que é fechada pela cápsula articular (as principais sendo ombro, cotovelo, quadril, joelho, radiocárpica e tibiotársica). Este grupo é o que tem maior importância na nossa rotina clínica;

Fibrosa: os ossos são unidos por tecido conjuntivo fibroso denso (Suturas cranianas); 

Cartilaginosa: ossos unidos por cartilagem (Junções costocondrais).

Investigando o problema

De acordo com o profissional, os animais que apresentam alguma alteração articular crônica irão apresentar claudicação dos membros acometidos, geralmente intensificada após períodos sem se movimentar (deitados, sentados etc). Podem apresentar, também, dificuldade em se levantar, principalmente nos membros pélvicos, muito comum em animais com osteoartrose nas articulações coxofemorais. Ele ainda pode evitar movimentações que eram habituais, como pular, correr, subir e descer objetos, como cama, sofá, escada, etc.

“O diagnóstico precoce é o principal aliado para prevenir estas alterações”, pontua Rogério Fatoretto (Foto: divulgação)

Rogério Fatoretto também atua no Hospital Veterinário Taquaral (HVT Campinas), possui pós-graduação em Cirurgia de tecidos moles e em Ortopedia-neurocirurgia, e é responsável pelo Setor de Ortopedia e Neurocirurgia do hospital.

O profissional informa que o controle da dor para esses pacientes é fundamental para qualidade de vida e auxilia na prevenção de outras alterações fisiológicas secundárias à dor crônica. “Esses pacientes devem ser constantemente reavaliados para ajuste de protocolo de medicação e tratamento conforme a necessidade. O ajuste das medicações, muitas vezes, acaba se tornando um desafio”, pontua Fatoretto.

Ele destaca que o exame físico é muito importante para definir a região e ou articulação acometida, para, assim, afunilar o diagnóstico e direcionar para exames de imagens mais elaborados. 

Dentre os exames de imagens mais utilizados, Fatoretto aponta o raio x, utilizado para confirmação do diagnóstico e classificar o quanto a doença articular degenerativa está avançada; a tomografia, “um excelente método para diagnóstico, podendo ser avaliada de maneira mais delicada e minuciosa possibilitando assim um melhor planejamento cirúrgico”; e, também, exames de artroscopia, que estão cada vez mais sendo utilizados na ortopedia veterinária para diagnóstico. 

Quais as opções terapêuticas?

Como opção de tratamento para osteoartrite e osteoartrose, o profissional ainda cita terapias mais conservadoras a cirúrgicas. “Como opções de terapias conservadoras temos a utilização de células-tronco, que vem ganhando espaço na ortopedia veterinária, trazendo excelentes resultados. Ela tem como função retirar a efusão intra-articular e regenerar as células”, conta. 

Outro procedimento que vem ganhando espaço é a infiltração na articulação acometida com ácido hialurônico, que promove o alívio da dor.

Já para membros muito acometidos e totalmente insuficiente por conta das doenças articulares degenerativa de grau severo, o profissional indica opções cirúrgicas para prótese total da articulação acometida. 

Dog run beagle jumping fun
Dificuldade para andar, levantar e subir/descer de elevações podem ser sinais de doenças articulares (Foto: reprodução)

Independente do método utilizado, Rogério Fatoretto salienta que uma equipe de profissionais treinados é fundamental para saber direcionar o paciente com alterações articulares, desde o diagnóstico até o tratamento definitivo. “O diagnóstico precoce é o principal aliado para prevenir estas alterações”, finaliza.

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