A cirurgia de enucleação é um procedimento relativamente comum na rotina de atendimento de cães e, por ser considerado doloroso (Guiliano; Walsh, 2013), requer o uso de técnicas anestésicas locais seguras e eficazes que promovam maior controle álgico no período trans e pós-operatório, promovendo ainda menor chance de deiscência de pontos por automutilação pós-operatória (Myrna; Bentley; Smith, 2010).
O bloqueio anestésico retrobulbar tem como objetivo promover a dessensibilização dos nervos óptico, oculomotor, troclear e ramos do nervo trigêmeo e, por consequência, promover melhor analgesia transoperatória e imediata recuperação pós-operatória, prevenindo o reflexo óculo-cardíaco (Accola; Bentley; Smith, 2006; Oliva et al, 2010). O reflexo óculo-cardíaco é definido como uma resposta fisiológica ao estímulo de compressão do bulbo ocular e suas estruturas, gerando um reflexo trigêmeo-vagal (Vézina-Audette; Steagall; Gianotti, 2019), podendo gerar consequências, tais como alteração em ritmo, frequência cardíaca e até assistolia (Clutton et al, 1988).
A técnica anestésica retrobulbar pode ser indicada em pacientes submetidos aos procedimentos cirúrgicos de enucleação, evisceração, catarata, glaucoma, reconstruções, remoção de neoplasias e em casos de sutura de lesões penetrantes em globo ocular (Otero; Portela, 2018). Embora raras, complicações como hemorragias, perfuração do bulbo ocular, danos ao nervo óptico, injeção intravenosa e/ou intratecal e lesão dos músculos extraoculares podem ocorrer (Accola; Bentley; Smith, 2006; Guiliano; Walsh, 2013).
Sendo assim, esse estudo tem como objetivo relatar o caso de uma canina, shihtzu, com 7 anos de idade, que foi submetida a técnica anestésica de bloqueio retrobulbar para a enucleação de globo ocular direito, abordando assim os aspectos mais relevantes sobre essa técnica anestésica.
Abaixo as referências bibliográficas utilizadas pelas autoras do relato de caso disponível na edição nº 294, de fevereiro de 2024.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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