A comunicação de um prognóstico em Medicina Veterinária pode significar a diferença entre uma vida prolongada com qualidade e o desfecho prematuro do animal. Em especial na Oncologia, a determinação do prognóstico é crucial, moldando as decisões sobre quando e como tratar.
É fundamental compreender como o prognóstico é determinado na Oncologia Veterinária, quais fatores entram nessa avaliação e qual é o nível de evidência envolvido. Essas informações não só permitem uma comunicação mais eficaz com os tutores, mas, também, ajudam na escolha da melhor terapia, baseada em evidências disponíveis.
Estimativas prognósticas baseadas apenas na experiência clínica do médico são imprecisas e, muitas vezes, pessimistas, levando a decisões médicas inadequadas que podem resultar em desfechos trágicos.
O médico-veterinário Joaquim Henriques diz que é comum, infelizmente, que os animais com tumores não sejam encaminhados para avaliação oncológica, com a justificativa de idade avançada ou de que “não vale a pena” submetê-los a tratamentos invasivos. “No entanto, para diversos tipos de câncer, a esperança de vida é igual ou superior à de condições como doença renal crônica ou hiperadrenocorticismo”, adiciona.
Por isso, ele afirma que é recomendável que, após o diagnóstico de um tumor, haja a consulta com um oncologista veterinário para orientar o estadiamento e elaborar o melhor plano terapêutico. “Isso é especialmente importante em locais onde não há acesso direto a especialistas, pois serviços de Telemedicina podem oferecer suporte nesse sentido”, salienta.
Ao contrário da Medicina Humana, onde prognósticos são baseados em estudos multicêntricos extensos, na Medicina Veterinária, incluindo a Oncologia, Henriques menciona que os estudos, geralmente, envolvem populações pequenas e heterogêneas. “Isso dificulta a obtenção de dados sólidos sobre resposta clínica e sobrevida”, declara.
Mas, felizmente, segundo o veterinário, há uma tendência crescente para estudos mais robustos, com critérios de inclusão e exclusão mais rigorosos, o que aumenta a confiabilidade dos resultados. “No entanto, a falta de normalização na definição de desfechos e fatores prognósticos continua sendo um desafio”, observa.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
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