O Dia Internacional da Mulher está chegando, data em que celebramos e homenageamos as conquistas das mulheres, inclusive na área da Medicina Veterinária. Um relatório recente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) destaca que as mulheres estão ganhando espaço e se destacando cada vez mais nesse campo, que, historicamente, foi dominado por homens.
De acordo com dados do Sistema Conselho Federal e Regionais de Medicina Veterinária (CFMV/CRMVs), dos 188.863 médicos-veterinários registrados, 56% são mulheres, totalizando 106.012 profissionais. Já entre os 12.453 zootecnistas inscritos, as mulheres representam 36% da lista, somando 4.524 profissionais. Além disso, 144 mulheres ocupam cargos em diretoria e conselhos no sistema, uma realidade que era impensável há uma década, incluindo sete presidentes de regionais.
No Estado do Rio de Janeiro, destaca-se o maior número proporcional de mulheres médicas-veterinárias, totalizando 7.505 profissionais, o que representa 62,23% de todos os profissionais do Estado.
Segundo a médica-veterinária com 30 anos de experiência e coordenadora educacional da Faculdade Qualittas, Fernanda Martins, essa mudança significativa pode ser atribuída à presença cada vez maior de mulheres nas universidades, demonstrando o interesse e a determinação feminina em seguir carreira na Medicina Veterinária.
Apesar dos desafios enfrentados, como o preconceito e a discriminação, as mulheres veterinárias estão lutando por igualdade e justiça em seus direitos e oportunidades. Fernanda conta como superou obstáculos e se especializou em pequenos animais e animais silvestres. “Ao longo da minha trajetória, enfrentei muitos preconceitos nesta área, mas nunca desisti porque é o que amo fazer. Durante meu estágio supervisionado em uma fazenda de gado leiteiro pude perceber o quanto a mulher era discriminada. Os peões sempre me viam com olhos diferentes, mas isso não me impediu de seguir em frente”, recorda.
A médica-veterinária percebeu a necessidade de mudar de direção e decidiu se especializar em pequenos animais e animais silvestres. “Essa escolha me proporcionou novas oportunidades, como na Faculdade Qualittas, onde fui convidada pelos professores Francis Flosi e José Carlos Feo a integrar a equipe acadêmica”.
Mesmo com o avanço das mulheres em cargos de liderança e na área da Medicina Veterinária, Fernanda reconhece que ainda há desafios a serem enfrentados em uma sociedade machista. No entanto, ela mantém sua fé na luta por oportunidades igualitárias e pela equidade dentro dessa profissão que tanto ama. “A Medicina Veterinária é minha paixão e estou determinada a continuar crescendo e contribuindo para o bem-estar dos animais, mesmo que encontremos obstáculos no caminho”, finaliza Fernanda.
Fonte: Faculdade Qualittas, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
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