O cãozinho Caramelo alcançou mais uma vitória em sua jornada. Resgatado das ruas, onde vivia em uma casinha de papelão na praça, foi diagnosticado com tumor venéreo transmissível (TVT). Após um diagnóstico desafiador, recebeu cuidados na clínica veterinária do Centro Universitário UNICEPLAC e, no dia 23 de abril, comemorou seu último dia de tratamento.
A tutora Gabriela Pereira conheceu o Caramelo em 2022. Ela lembra que ficou sabendo que um cachorrinho encontrado na BR tinha sido levado para uma praça em Ceilândia, onde todos cuidavam dele. Foi amor à primeira vista. Com ajuda de sua vizinha, começou a cuidar do cãozinho, que recebeu vacina, remédios e foi castrado. Mas um ano depois, ele ficou doente.
“O Caramelo chegou a fazer um tratamento para infecção urinária, mas descobriram depois que esta não era a causa”, conta Gabriela. Após passagens por várias clínicas, foi no UNICEPLAC que ele recebeu o diagnóstico correto.
“O tumor venéreo transmissível (TVT) é causado por um linfossarcoma, transmitido por células de animal para animal, por contato direto, principalmente pelo contato sexual, brigas ou interações, como lambedura, mordedura ou arranhadura, entre portadores e susceptíveis — atividades bastante comuns entre os cachorros. Esse é um dos motivos para não deixar os animais saírem às ruas sozinhos sem um responsável, sem coleira e guia”, explica o professor Igor Melo Zimovski, diretor da Clínica Veterinária do UNICEPLAC.
De acordo com o especialista, o TVT é um dos tumores que mais acomete a espécie canina, no entanto, tem difícil diagnóstico. “Isso porque, geralmente, os tumores se encontram no interior das genitálias dos animais, sendo esse locais de difícil visualização. É por meio do exame dessas lesões que se chega ao diagnóstico correto”, esclarece o Dr. Igor.
Os sintomas também podem ser confundidos com outras doenças. “Inicialmente, o animal vai apresentar aumento da frequência de lambeduras do local afetado, demonstrando incômodo nessas regiões, assim como apresentação de secreção líquida, geralmente com cor de sangue, que vai aumentando conforme o tumor vai crescendo, o que muitas vezes é confundido com urina com sangue. E quando o tumor já está maior, pode-se visualizar um aumento de volume das regiões afetadas, e até mesmo visualização do tumor aderido às mucosas das genitálias”, explica o professor.
Tratamento
O tratamento do Caramelo durou três meses. Ficou internado, tomou soro e remédios. Alegre, conquistou a equipe de professores e alunos do UNICEPLAC, que organizaram a homenagem em seu último dia na clínica.
Assim como foi realizado com o Caramelo, o principal tratamento é feito com a aplicação de uma medicação específica via intravenosa. “São feitas, no mínimo, quatro aplicações, uma a cada semana ou até remissão total do tumor. Antes de cada aplicação, é recomendado a realização de um hemograma completo, visto que essa medicação é imunossupressora. Após a remissão do tumor, o animal, geralmente, tem vida normal. O Caramelo, por exemplo, ganhou uma nova chance”, comemora o veterinário.
Fonte: UNICEPLAC, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
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