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Médica-veterinária do Exército compartilha sua trajetória e tarefas no canil do batalhão

Elisa Domingues Padua detalha as principais responsabilidades de um veterinário militar e os cuidados essenciais com os animais de guerra
Por Cláudia Guimarães
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Por Cláudia Guimarães

No dia 17 de junho, comemoramos o Dia da Medicina Veterinária Militar, uma data que destaca a importância dos veterinários que atuam nas Forças Armadas, cuidando da saúde e do bem-estar dos cães que desempenham papéis essenciais nas operações militares. Neste ano, destacamos a atuação da Chefe da Seção de Cães de Guerra e médica-veterinária Aspirante a Oficial, Elisa Domingues Padua, que compartilha sua trajetória e o dia a dia no canil do Exército Brasileiro.

Ela conta que escolheu seguir a carreira de Medicina Veterinária Militar por conta dos cuidados com o meio ambiente, a saúde pública e, claro, com os cães. “Além de garantir a saúde e bem-estar dos animais ao redor do quartel, o desafio dinâmico e a camaradagem das Forças Armadas, junto com as oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal, tornaram essa a escolha ideal para mim”, afirma Elisa.

A decisão de Elisa em se especializar em cães militares foi impulsionada pela valorização dos profissionais de saúde e o cuidado contínuo com os animais (Foto: divulgação)

A decisão de se especializar em cães militares foi impulsionada pela valorização dos profissionais de saúde e o cuidado contínuo com os cães. “A valorização dos profissionais de saúde e o cuidado existente com os cães sempre me motivaram e me inspiraram a querer fazer parte desse trabalho essencial”, conta.

Formada em Medicina Veterinária, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Elisa passou cinco anos na cidade de Seropédica, seguida de mestrado e doutorado na mesma instituição, focados em clínica e cirurgia de pequenos animais. “Durante os seis anos de pós-graduação, trabalhei com atendimento clínico e cirurgia em clínicas no município do Rio de Janeiro. Em 2023, decidi realizar o concurso para a área de saúde do Exército Brasileiro, buscando novos desafios profissionais”, lembra.

Quando questionada sobre as diferenças entre a Medicina Veterinária tradicional e a Veterinária Militar, Elisa destaca a amplitude da experiência: “A Medicina Veterinária Militar nos proporciona conhecer muitos lugares e compartilhar nosso conhecimento com outros profissionais da área. Além disso, a experiência no Exército me preparou para desafios que jamais vivenciei na Medicina tradicional, como resgates, buscas e outras atividades”, compartilha.

Dia a dia no trabalho

O trabalho no canil do Exército é diversificado, segundo a profissional. Pela manhã, a rotina começa com a inspeção dos cães, verificando seu estado geral, seguido pela checagem das instalações de rações e medicações, aplicação de tratamentos, preenchimento de fichas e treinamento dos cães. “À tarde, os encargos administrativos incluem compras de materiais, controle de estoque de objetos para treinamentos e atividades ambientais, como plantio de mudas, poda sustentável e manutenção da Organização Militar”, adiciona.

Elisa detalha as principais responsabilidades de um veterinário militar, que abrangem cuidados médicos e preventivos, diagnóstico e tratamento de doenças, treinamento e condicionamento físico, criação de rotinas, saúde mental e bem-estar dos cães, além da educação e treinamento de equipes. “Nossa missão também inclui documentação, resposta a emergências e apoio a missões”, expõe.

Entre os maiores desafios, Elisa menciona o estresse, as lesões e traumas, doenças infectocontagiosas, condições climáticas extremas, o treinamento intenso e a pressão por resultados. “A rotatividade dos treinadores é um desafio constante, pois, anualmente, alguns integrantes podem ser transferidos, realocados ou dispensados, o que gera uma grande rotatividade”, comenta.

O trabalho no canil do Exército inclui treinamento e condicionamento físico, criação de rotinas, saúde mental e bem-estar dos cães, entre outros afazeres (Foto: divulgação)

Não dá para esquecer!

Uma experiência marcante em sua carreira, segundo Elisa, foi uma apresentação da Seção de Cães de Guerra para crianças de uma escola municipal. “Alguns estudantes despertaram o sonho de trabalhar na área de Veterinária, aumentando minha motivação em continuar levando nosso trabalho a todos que ainda não conhecem ou estão decidindo seu futuro profissional”, declara.

Por outro lado, para a porta-voz, lidar com aspectos emocionais, especialmente em casos de doenças graves ou lesões, não é fácil. “Na Medicina Veterinária, muitas vezes, precisamos ser portadores de notícias ruins, realizar procedimentos invasivos e lidar com a responsabilidade de uma vida em nossas mãos”, destaca. Mas a parte mais gratificante do trabalho de Elisa é ver os cães cumprirem suas missões com excelência, seja no faro ou na proteção de militares e bens do Exército Brasileiro. “Os cães de guerra não são tratados como os pets convencionais, eles são treinados para serem rústicos e disciplinados. Apesar de não haver um vínculo de dependência, existe um grande apreço entre adestradores e os cães da força”, garante.

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