A chegada de um novo pet em casa é sempre um momento especial, mas pode trazer desafios na socialização com os animais que já vivem no ambiente. Para que essa fase seja a melhor possível, o ideal é montar estratégias que facilitem a convivência entre os novos e antigos membros da família e acelerem a adaptação mútua.
Para ajudar os tutores a promoverem uma adaptação harmoniosa, as veterinárias do Hospital Veterinário Taquaral de Campinas, Dra. Nayara Cristina de Oliveira Fazolato, médica-veterinária especializada em felinos, e Beatriz Ferlin, clínica geral de cães e gatos, indicam algumas orientações.
A Dra. Nayara destaca a importância de conversar com o médico-veterinário antes de adotar um novo gato para avaliar medidas preventivas contra possíveis doenças infecciosas e definir um protocolo de vacinação e controle de parasitas.
No segundo momento, deve-se planejar um ambiente da casa para que o gato novo fique apenas nele, enquanto o gato antigo tem acesso aos demais locais. Outra recomendação é trocar as caminhas e cobertores entre os gatos para que se familiarizem um com o cheiro do outro. Além disso, alimentar os gatos com sachês ou petiscos de cada lado da porta pode criar memórias positivas.
Beatriz Ferlin sugere que, para cães, a socialização comece antes mesmo da chegada do novo pet, através de passeios, visitas a espaços pet comunitários e idas à creche, locais onde pode se familiarizar com outros animais. “Preparar o ambiente com camas, cobertores, casinhas e potes de alimentação individuais é essencial”, explica. O uso de difusores sintéticos (feromônio) também pode ajudar a minimizar o estresse.
Desviando o foco das disputas
É comum haver disputas de atenção, território, alimento, brinquedos ou hierarquia entre os novos filhotes e os animais adultos. Dra. Nayara aconselha desviar o foco da desavença com brinquedos que incentivem os gatos a brincarem juntos, evitando rivalidade e criando memórias positivas. Beatriz complementa que, para cães, é importante dividir a atenção e recursos de forma equilibrada. “Se vai comprar um brinquedo novo, compre um para cada um”, sugere. Isso ajuda a reduzir as chances de disputa por espaço, atenção ou recursos. Beatriz tem uma consideração relevante: “Na hora da apresentação entre os cães, o local deve ser neutro e nunca próximo a um objeto preferido do pet mais antigo”.
Diferença de idades
Gatos e cães adultos podem não ser tão pacientes com filhotes porque são muito agitados, enquanto os adultos apreciam mais o sossego. Isso pode gerar estresse e desapontamento. Beatriz destaca que os cães adultos podem tornar as brincadeiras brutas e desagradáveis para os filhotes. “Supervisionar as refeições e brincadeiras é fundamental para garantir uma convivência pacífica”, afirma.
A Dra. Nayara enfatiza que a introdução de um novo gato deve ser feita de forma gradual, evitando broncas e repreensões para não causar traumas. “O filhote pode se frustrar ao tentar brincar com o gato adulto e não ser correspondido na interação, além disso, pode sofrer repreensão do gato mais velho e desenvolver ansiedade e medo”, alerta Nayara.
Um espaço só “meu”
As veterinárias ressaltam a importância de proporcionar um ambiente tranquilo e seguro para os pets, evitando muitos animais e garantindo que cada animal tenha seu espaço, pois muitas vezes necessitam ficar sozinhos. Dra. Nayara reforça que “gatos não gostam de viver em ambientes de superpopulação”, e que é fundamental buscar orientação veterinária antes de adotar um novo pet. “Uma maneira de evitar disputa por território é ter vários potinhos de água, ração, caixas de areia, brinquedos, arranhadores e casinhas distribuídas pela casa”, enfatiza Nayara.
A veterinária Beatriz conclui que, com paciência e dedicação, é possível promover uma convivência harmoniosa entre novos e antigos pets, proporcionando uma vida feliz e saudável para todos.
Fonte: Hospital Veterinário Taquaral, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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