Cláudia Guimarães, da redação
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Se, antes, o Dia do Zootecnista era comemorado de forma empírica e baseada na tradição de ter sido o 13 de maio o dia da primeira aula do ensino formal da graduação em Zootecnia no Brasil, dada em 1966, agora, é uma data legal, transformada em um instrumento jurídico constitucional.
A oficialização do Dia do Zootecnista traz, consigo, significados importantes, na visão do presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ, Brasília/DF), Marinaldo Divino Ribeiro. “O primeiro é inserir oficialmente no calendário da República um dia dedicado ao profissional e, deste modo, ter, por parte da união, o reconhecimento do seu valor e de sua contribuição para a nação. O segundo é inserir no imaginário das pessoas e da sociedade a existência desse profissional de relevância à vida e o terceiro é consolidar nos profissionais e nos estudantes o sentimento de pertencimento ao mundo do trabalho legal de forma reconhecida jurídica e simbolicamente”, lista.
Para Ribeiro, a profissão evoluiu com robustez à medida em que a Zootecnia, no auge dos seus 50 anos de existência como profissão regulamentada e de 52 de ensino formal no País, se tornou essencial para o desenvolvimento dos setores pertencentes à profissão, sendo que, no setor de animais de companhia, a participação dos zootecnistas se dá, especialmente, na indústria de rações e na área de adestramento e comportamento, campos intrinsecamente ligados ao bem-estar.
Adestramento é uma das áreas em que oprofissional zootecnista pode atuar dentroda profissão (Foto: reprodução)
Uma profissão desenvolvida e que alcança essas proporções, necessita de um órgão que seja capaz de mover todas as peças possíveis para organizar, amparar e propagar o trabalho dos zootecnistas. É aí que surge a ABZ: “Em 25 de outubro de 1988, ocorreu a primeira reunião da diretoria executiva da Associação, na sede do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP, São Paulo/SP), onde passou a funcionar a primeira sede da ABZ. A medida inicial encaminhada pela diretoria foi a de levar aos colegas do País a notícia da criação da entidade, bem como sensibilizar a todos sobre a importância da filiação”, relembra.
Lutas e glórias. Após 20 anos se passarem e a ABZ ampliar as ações e o reconhecimento do ofício, hoje, é possível notar os resultados de todos os esforços somados por seus representantes e, quando questionado sobre como o presidente define a importância da ABZ para a profissão, ele responde sem pensar duas vezes: “Essencial como o sangue é para a vida”. Até hoje, segundo ele, seis presidentes passaram pela Associação. O primeiro e, também, fundador foi o zootecnista Luiz Augusto Müller (RS), tendo sido sucedido por Jorge Luiz Correia de Oliveira (SP), Marcos Elias Traad da Silva (PR), Severino Benone Paes Barbosa (PE), Walter Motta Ferreira (MG) e Célia Regina Orlandelli Carrer (SP). “Desde a sua fundação, a ABZ tem se destacado como a entidade que efetivamente congrega e defende os interesses profissionais dos zootecnistas pelo País nas diferentes instâncias e níveis próprios”, garante.
A criação da ABZ, para Ribeiro, auxiliou no alcance de algumas conquistas para a profissão, tais como a contribuição para a disseminação dos cursos de Zootecnia pelas diferentes regiões do País e para a consolidação da mesma como alternativa de formação profissional disponível à sociedade, a criação da reunião anual de ensino para reflexão do processo de ensino e aprendizagem em nível de graduação e a construção e encaminhamento das Diretrizes Curriculares Nacionais e o assessoramento às instituições para sua implementação. “Além disso, também adiciono o estabelecimento de prêmios e outorga dos mesmos para reconhecimento de mérito dos zootecnistas, a contribuição para a inserção do zootecnista no cenário político e de tomada de decisões em diferentes setores e instâncias do negócio da pecuária nacional e o esforço para estreitar os laços e ampliar a congregação dos zootecnistas, entre tantas outras realizações”, enumera.
“Essencial como o sangue é para a vida”, é adefinição do presidente da ABZ em relação àimportância da Associação aos profissionais(Foto: divulgação)
Assim como os fatos passados, o futuro também é de grande valia para a Associação e, de acordo com Ribeiro, perpassa ao da própria instituição, com a implantação da sua matriz de responsabilidades, a qual foi construída coletivamente e faz parte da gestão institucional. “Nela constam ações estruturantes como a criação e implantação do Museu Virtual da Zootecnia Brasileira, da Academia Brasileira de Zootecnia, do Observatório da Zootecnia nos Países Ibero-americanos, revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais, atualização da sinopse dos cursos de graduação em Zootecnia, ampliação da formação de novas lideranças, entre outros temas que merecem atenção”, revela.
Formação e mercado. A Zootecnia nacional tem, hoje, aproximadamente, 35 mil profissional atuando em todos os cantos e áreas. Por outro lado, a Zootecnia tem sua continuidade de crescimento garantida, pois há mais de 18 mil alunos com matrículas regulares, em 107 cursos de graduação ativos no País, somados a novos pedidos de abertura, principalmente, pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, como apontado pelo presidente.
Para maior valorização da profissão, Ribeiro acredita que não falta algo maior que a busca incessante pelo conhecimento qualificado e a manutenção do caráter ético dos profissionais. “Mas, falta, sim, a devida garantia dos direitos natos, líquidos e certos previstos para atuação profissional previstos na lei que a regulamenta e eliminar a ilegalidade moral de mais de uma profissão poder atuar como zootecnista”, defende.
Ações. A expansão da carreira está atrelada ao estreitamento da relação entre seres humanos e animais de estimação, na visão do presidente do CRMV-SP, médico-veterinário Mário Eduardo Pulga. “A profissão se especializa e moderniza constantemente para atender as demandas desses grandes setores”.
Focado em promover espaço para troca de conhecimentos e atualização aos profissionais e estudantes de Zootecnia, o CRMV-SP incluiu, entre variadas ações de uma campanha comemorativa ao dia desse profissional, o I Encontro de Zootecnistas do Estado de São Paulo, cuja programação será de um dia inteiro de palestras com profissionais gabaritados em diferentes segmentos da profissão, além da entrega do Prêmio Zootecnista Luiz Alberto Fries. O evento acontecerá no dia 18 de maio, na sede do Conselho.
A Zootecnia nacional tem, hoje, aproximadamente, 35 mil profissional atuando em todos os cantos e áreas. Parabéns aos zootecnistas (Foto: C&G VF)