A professora inglesa Barbara Polonara está acostumada a envolver seus alunos e toda a comunidade de Bracknell, na Inglaterra, em ações sociais e, ao descobrir a situação dos animais na Ucrânia, não pensou duas vezes e iniciou uma campanha para arrecadar suprimentos e dinheiro para ajudar abrigos, que estão superlotados após muitos civis ucranianos fugirem e deixarem seus animais para trás.
Apesar do drama que os animais estão passando, Barbara acredita que esse é o momento de exercitar a empatia. “As pessoas estão deixando seus animais domésticos para trás, não porque querem, mas porque precisam”, disse ao Bracknell News. Barbara começou a realizar coletas de ração, medicamentos e itens de higiene há duas semanas e pretende entregá-la através da fronteira.
Ela conta que as redes sociais foram grandes aliadas. “Tudo começou no Facebook, pois existe um grupo para ajudar animais na Ucrânia, mas principalmente cães e gatos, o que é ótimo, mas notei uma lacuna na ajuda para animais menores, como hamsters e coelhos. Sendo eu alguém que ama animais, rapidamente me envolvi e fiz contato com uma pessoa que está na Ucrânia”, compartilha.
Barbara explica, ainda, que a escola onde dá aula tem sido uma grande parceira. “Assim que a guerra foi declarada, pensei que as coisas iam ficar difíceis. Rapidamente, enviei um e-mail e o diretor ficou feliz em abrir as portas para as doações. A escola foi sobrecarregada com suprimentos e muitas pessoas entraram em contato comigo querendo entregar suprimentos”.
Ela conta que a maioria das campanhas está muito focada em cães e gatos, mas os refugiados ucranianos tutelavam outros animais também, como hasmsters, coelhos e aves e muitos abrigos não têm condições de cuidar desses animais, pois são necessários suprimentos específicos. “Estamos tentando reunir provisões especialmente para animais domésticos menores”, disse Barbara.
Britânicos compassivos
O motorista de ônibus Dave Wise, de East Sussex, no Reino Unido, abandonou o trabalho para partir em direção à Ucrânia para salvar cães e gatos em situação de vulnerabilidade. Ele fez uma campanha com amigos, familiares e solidários à causa animal e reuniu suprimentos suficientes para lotar seu modesto Ford Mondeo prata que está indo a caminho do leste europeu.
Wise conta que não conseguiu ficar indiferente às notícias que informavam que centenas de animais ficaram para trás após a fuga de civis. Em apenas uma semana, ele conseguiu organizar a viagem que tem um percurso de cerca de 12.000 km. O motorista se casou recentemente e recebeu todo o apoio da esposa, Hannah, e do restante da família. Todos ajudaram no que foi possível.
O motorista conta que pediu uma licença no trabalho, que foi negada. Então, apesar de não ter planejado e saber o impacto que isso terá na sua vida futura, ele decidiu pedir demissão. “Tentei reservar uma folga do trabalho e não consegui, então entreguei meu aviso prévio. Estamos nos mudando para Liverpool em algumas semanas”, contou.
Essa não é a primeira vez que Dave faz uma longa viagem para ajudar animais. Ele já foi até a Romênia atuar como voluntário em um abrigo. Ele se sente feliz em ver todos se envolvendo em defesa dos mais vulneráveis. “Todo mundo em nossa comunidade local tem sido muito bom. Uma loja local fez uma grande coleta para nós e até tirou algum dinheiro de seu pote de gorjetas”.
A viagem de Dave durará em média 26 horas até a fronteira entre a Romênia e a Ucrânia. Lá, ele entregará os suprimentos a ativistas e ajudará no que for possível. Infelizmente, ele não poderá levar animais com ele, pois o Reino Unido não flexibilizou a entrada de animais por suas fronteiras sem documentações obrigatórias, apesar da pressão de ativistas.
Fonte: ANDA, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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