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Clínica e Nutrição

Como funciona a doação de sangue para cães e gatos?

Veterinárias tiram dúvidas sobre o procedimento e orientam tutores em relação aos requisitos e cuidados
Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

Que doar sangue salva vidas, todo mundo sabe, mas um fato pouco conhecido é que cães e gatos também podem ser os heróis dos pets. Certas enfermidades podem levar um gato ou cachorro a precisar de sangue; acidentes ou cirurgias também são capazes de provocar a perda de volume sanguíneo, despertando a necessidade da transfusão.

Doenças que causam anemia, como hemoparasitose (“doença do carrapato” e mycoplasmose), doenças autoimunes, intoxicações, FeLV nos felinos, e alguns tipos de neoplasias (tumores) são as mais recorrentes na rotina clínica.  

Os pets doadores devem estar com as vacinas, controle de ecto e endoparasitas atualizados e não podem estar prenhe ou amamentando (Foto: reprodução)

No entanto, por envolver o emocional dos pets — já que eles não entendem o que está sendo feito —, a doação de sangue pode ser um pouco mais delicada. Mas nada que uma boa orientação aos tutores, carinho e paciência não resolvam. 

A doação sanguínea é simples e os locais que aceitam a doação têm profissionais especializados para realizar o procedimento. “Cães e gatos podem e devem doar sangue, mas existem certos requisitos e procedimentos a serem seguidos para garantir uma experiência tranquila e saudável para o pet, sem que isso abale seu emocional e atrapalhe sua missão em ajudar”, comenta Nathália Chiroze, veterinária do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.

“Vale ressaltar que aqui no Nouvet os pets doadores recebem avaliação e exames de sangue de forma gratuita durante o processo, o que corrobora para o auxílio no monitoramento da saúde do doador, sem custos para o tutor”, complementa Amanda Farinelli, também médica no centro veterinário.

Pensando nisso, as médicas esclarecem algumas dúvidas sobre o procedimento e orientam os tutores acerca da doação de sangue em pets. Confira:

Quais são os requisitos para a doação?

Tanto cães quanto gatos não podem ter passado por procedimento cirúrgico há pelo menos dois meses; devem estar com as vacinas, controle de ecto e endoparasitas atualizados; e não podem estar prenhe ou amamentando, no caso das fêmeas. Também é ideal que o pet tenha um comportamento dócil e esteja clinicamente saudável.

Para cães, é preciso ter entre 1 a 7 anos e pesar 25 kg ou mais, levando em consideração seu porte; já os felinos precisam ter entre 1 e 8 anos e pesar mais de 4,5 kg.

Como é realizado o procedimento?

Após o cadastro e check-up com exames laboratoriais de triagem, que confirmam a possibilidade da doação, tem início o procedimento. Ele dura de 15 a 30 minutos, a depender do comportamento do pet, que fica deitado durante toda a coleta. Ela é realizada com um acesso próximo ao pescoço, por esse motivo, costuma ser um procedimento mais delicado e que exige mais tranquilidade do pet. 

Após a coleta da bolsa, o sangue é dividido em três componentes (plaquetas, plasma e hemácias) e armazenados sob refrigeração (Foto: reprodução)

“Respeitar o comportamento e tempo do pet durante o processo garante seu bem-estar e proporciona um atendimento humanizado”, comenta Nathália. Por ser um procedimento rápido, a maioria dos cães consegue realizá-lo sem nenhum tipo de sedação, mas ela pode ser necessária. Já os gatos precisam geralmente de medicação leve, já que são menos adeptos à manipulação.

Após a coleta da bolsa, o sangue é dividido em três componentes (plaquetas, plasma e hemácias) e armazenados sob refrigeração. Desta maneira, um doador de sangue pode ajudar mais de um animal com componentes sanguíneos diferentes, salvando mais vidas.

Existe tipificação sanguínea?

De acordo com as especialistas do Nouvet, existem tipos sanguíneos nos cães e a compatibilidade entre eles é importante no momento em que for realizada a transfusão, pois nem todos são compatíveis entre si. Os tipos sanguíneos dos cães são seis, porém são complexos e continuam em estudo, mas sabe-se que o “DEA 4” é considerado doador universal. 

Em relação aos gatos, os grupos sanguíneos são descritos pelo sistema AB, sendo eles: A, B, AB. O tipo sanguíneo A tem maior prevalência, sendo o tipo B mais incomum e o tipo AB considerado raro. ”Para garantir o máximo de segurança do paciente pet e verificar se o sangue do doador poderá ser recebido, o exame de tipagem sanguínea e o teste de compatibilidade podem ser empregados previamente”, explica Amanda.

Quais cuidados os tutores devem ter com os pets após a doação? 

Ao final da doação de sangue, o pet é liberado para casa e não há restrição ou necessidade de internação, podendo continuar com sua rotina normalmente. As veterinárias explicam que, caso o pet seja um doador frequente, é necessário esperar de 1 a 3 meses entre uma doação e outra. Geralmente, este intervalo depende do estado geral do doador e do protocolo empregado pelo banco de sangue. 

Poucas pessoas sabem ou percebem que seus pets podem doar sangue e salvar a vida de outros bichinhos. Por isso é tão importante incentivar o check-up recorrente e o cadastro em banco de doadores elegíveis.

Fonte: Nouvet, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.

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