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Pets e Curiosidades

Como os cães e gatos controlam a temperatura corporal?

Os animais possuem diferentes mecanismos para controlar a sua temperatura corporal. Porém, especialmente no calor, é fundamental tomar alguns cuidados para prevenir a hipertermia
Por Danielle Assis
Como os cães e gatos controlam a temperatura corporal?
Por Danielle Assis

Diferente dos seres humanos, que suam para controlar a sua temperatura corporal no calor, os pets utilizam outros mecanismos para garantir que o organismo funcione corretamente mesmo em situações de temperatura alta ou baixa. 

“Os cães e gatos são considerados animais endotérmicos, ou seja, possuem mecanismos para a termorregulação. Com isso, eles conseguem manter a temperatura corporal estável diante de variações climáticas significativas ou quando são submetidos a alterações ambientais”. Isso é o que afirma o médico-veterinário do Grupo Pet Care, formado com residência em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais pela Universidade de São Paulo, Marcelo Quinzani. 

Em dias quentes, pode ocorrer um aumento da temperatura corporal dos animais, pois essas espécies possuem uma dificuldade natural de perder calor (Foto: reprodução)

Segundo o profissional, os animais possuem diferentes formas de termorregulação. Exemplos disso são a produção de calor corpóreo por ativação metabólica através de contração muscular, isolamento térmico realizado pelo pelame e pela própria gordura subcutânea, vasoconstrição periférica para retenção de calor, aumento da frequência respiratória para diminuir a temperatura corpórea e troca de calor através dos coxins. 

“Apesar de todos esses recursos, podemos dizer os cães e gatos são mais susceptíveis a temperaturas altas do que temperaturas baixas, pois os mecanismos de retenção de calor são mais eficientes do que os de eliminação de calor”, esclarece Quinzani.

No entanto, com os filhotes deve-se tomar um cuidado maior com as temperaturas baixas. “Os neonatos de cães e gatos apesentam um menor depósito de gordura, dificuldade para tremer (ação que poderia gerar calor) e imaturidade do hipotálamo para controlar a temperatura corporal. Devido a isso, se tornam altamente susceptíveis a perda de calor e hipotermia”, explica o doutor. 

Por que os animais não suam? 

O fato dos cães e gatos não produzirem suor é algo que deixa muitas pessoas curiosas, mas existe uma explicação cientifica para isso. “O tecido cutâneo desses animais não é rico em glândulas sudoríparas como os humanos. Esse tipo de glândula apenas é encontrado na região interdigital (entre os dedos) e nos coxins, mas como a área é muito pequena o seu processo de troca de calor não é tão eficiente”, comenta o médico-veterinário. 

Essa característica pode, inclusive, ser algo perigoso, especialmente, no calor. De acordo com Marcelo, como os pets não conseguem suar é possível ocorrer um aumento significativo da temperatura corpórea por períodos mais longos, levando a quadros de hipertermia maligna e até a falência generalizada dos órgãos. 

Cuidados com os pets no calor 

A temperatura normal dos felinos varia entre 38,1ºC e 39,5°C. Já nos cães é de 37,5ºC e 39,2°C. “Quando as temperaturas ambientais estão elevadas, em situações de exposição ao calor ou em momentos de atividade física excessiva, facilmente, pode ocorrer um aumento da temperatura corporal dos animais, pois essas espécies possuem uma dificuldade natural de perder calor”, afirma Quinzani. 

Esses padrões da fisiologia dos pets tornam os períodos de calor mais perigosos para eles. Por conta disso, é importante tomar algumas precauções nessas épocas. 

“No verão é necessário evitar passeios e atividades nas horas mais quentes do dia. Também não se deve deixar os animais em ambientes fechados ou muito restritos, fornecer água fresca o tempo todo e mantê-los sempre em locais com sombra e boa circulação de ar”, cita o doutor. 

Ele também recomenda evitar banhos com água quente e o uso de secadores com ar quente, além de não ser indicado induzir a atividades físicas intensas no calor. 

Cuidados com os pets no frio 

No frio, o risco de hipotermia se restringe a filhotes e cães idosos, pois esses animais não possuem controles corporais eficientes (Foto: reprodução/IA)

Por mais que o inverno não seja tão perigoso para os cães e gatos quanto o verão, é necessário tomar alguns cuidados com esses animais nos períodos de baixa temperatura. 

Conforme explica Marcelo, como no Brasil os invernos são mais amenos, o risco de hipotermia se restringe a filhotes e cães idosos, pois esses animais não possuem controles corporais eficientes. “No caso dos neonatos é indicado mantê-los recebendo o calor materno e os locais em que eles forem ficar não devem ser montados em superfícies frias ou em ambientes externos”, explica o profissional. 

Já para animais adultos e até idosos os cuidados são um pouco diferentes. “Para favorecer o controle da temperatura corpórea no inverno o ideal é evitar a perda de calor para o ambiente. Existem algumas maneiras de fazer isso, como não realizar tosas mais baixas e, se necessário, utilizar roupinhas nos pets”, explica. 

Já nas noites mais frias, Quinzani recomenda deixar que os animais se abriguem em ambientes internos, pois normalmente as temperaturas ambientais caem durante as noites e madrugadas. 

FAQ

Mesmo não suando, por que alguns animais ficam com mau cheio no calor?
Normalmente o odor mais forte apresentado pelos cães no calor está relacionado a oleosidade da pele e do pelame e não necessariamente tem relação com a produção de suor.

Tosar os animais ajuda ou atrapalha na conservação da temperatura corporal?
Uma das maneiras de controle da temperatura corpórea nos animais é através da barreira dérmica, que é definida pela espessura da gordura subcutânea e pela espessura e densidade dos pelos. Por isso, a tosa pode dificultar a termorregulação, visto que os pelos funcionam como um isolante térmico e controlam a perda de calor e o aquecimento.

Pode usar roupinhas nos pets no frio?
As roupinhas são uma das maneiras de manter os animais aquecidos no frio. Contudo, deve-se sempre tomar o cuidado de optar por modelos que não apertem ou machuquem os animais.

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