A vacinação e a vermifugação são dois temas recorrentes na vida dos tutores de cães e gatos. Mesmo assim, ainda geram muitas dúvidas, principalmente com relação à forma como devem ser feitas.
Segundo o médico-veterinário do Grupo Afrovet, Átila Adão da Rocha Albuquerque, os protocolos de vermifugação e vacinação precisam ser individualizados e sempre realizados conforme as orientações do profissional responsável pelo animal.
“A frequência da vermifugação leva em consideração fatores ambientais, que aumentam o risco de contaminação por parasitas. O mesmo é válido para os protocolos vacinais, que devem analisar as particularidades de cada animal”, explica.
Átila afirma que realizar a imunização adequada nos cães e gatos é fundamental para a proteção dessas espécies. “As vacinas e os vermífugos ajudam a prevenir doenças graves, contribuem para a qualidade de vida dos pets e garantem a segurança do ambiente, evitando a disseminação de agentes infecciosos entre animais e pessoas”.

Vermífugo na dose certa
O protocolo de vermifugação muda conforme a idade do animal. De acordo com o profissional, a primeira dose do vermífugo deve ser dada para cães e gatos aos 15 dias de vida. Após ela, são recomendadas repetições aos 30, 45, 60 e 90 dias. Passado esse período, indica-se vermifugação mensal até os seis meses de idade.
Quando o animal deixa de ser filhote, os intervalos para administrar o vermífugo podem ser ajustados, variando entre três ou seis meses a partir da necessidade. “Pets que frequentam ambientes com maior exposição, como creches, parques, locais com grande circulação de cães e gatos ou que têm acesso à rua podem precisar de uma vermifugação mais frequente. Mas, isso sempre deve ser definido com orientação veterinária”, reforça Átila.
Não vermifugar os pets pode acarretar alguns problemas, inclusive, para quem convive com o animal. Isso porque, algumas verminoses são transmissíveis para os seres humanos, comenta o doutor. “A verminose é uma condição zoonótica e os principais parasitas que podem ser transmitidos às pessoas são Toxocara, Ancylostoma e Echinococcus. Então, é importante que tanto os animais, quanto os humanos, sigam práticas de higiene rigorosas para evitar a contaminação e transmissão desses parasitas”, esclarece.
E a vacinação?
“A vacina mais importante e considerada essencial para cães e gatos é a antirrábica, que é obrigatória por lei em todo o território nacional”, orienta Albuquerque.
Por outro lado, o médico-veterinário explica que as vacinas não obrigatórias, mas que também são essenciais, variam entre as espécies e devem ser consideradas de acordo com o protocolo veterinário.
“Para cães destacam-se as vacinas polivalentes (V6, V8 ou V10), que protegem contra diversas doenças infectocontagiosas, como Parvovírus Canino, Adenovírus Canino tipo 2, Cinomose Canina e Leptospira spp. Além dessas, podem ser adicionadas vacinas para Parainfluenza Canina e Bordetella Bronchiseptica, agentes causadores da tosse dos canis”.
Segundo o profissional, para os gatos as principais vacinas são as polivalentes (V4 ou V5) e, em alguns casos, a vacina contra leucemia felina (FeLV). “As polivalentes conferem proteção contra Panleucopenia felina (FPV), Herpesvírus felino-1 (FHV) e Calicivírus felino (FCV)”.
Átila esclarece que o início do protocolo vacinal de filhotes ocorre entre seis e oito semanas de vida com as vacinas polivalentes. Elas devem ser aplicadas com reforços a cada três ou quatro semanas e a última dose precisa ser realizada quando o animal estiver com 16 semanas completas. Já a vacina antirrábica é aplicada aos 90 dias de idade.

“Após a conclusão do protocolo inicial de filhotes, o reforço pode ser realizado anualmente ou a cada dois anos, dependendo do tipo de vacina e da recomendação do médico-veterinário”, comenta. No entanto, o doutor enfatiza que a vacina antirrábica exige reforço anual conforme preconizado por lei.
Além disso, a estratégia de vacinação deve levar em conta fatores como a localização geográfica e as condições climáticas. “No Brasil, por exemplo, o inverno ocorre entre julho e setembro. Esse período de temperaturas mais baixas favorece o confinamento e a aglomeração de animais e humanos, aumentando o risco de doenças respiratórias, como a tosse dos canis. Nestes casos, a imunização prévia deve ser planejada para garantir proteção adequada”, exemplifica.
O médico-veterinário reforça, ainda, que o indicado é apenas sair com os filhotes após o término do protocolo vacinal. Também explica que a resposta imunológica protetora completa pode não se desenvolver até duas semanas após a administração da última dose da vacina.
“Portanto, é recomendado esperar entre 10 e 15 dias após a última dose para garantir que o sistema imunológico esteja preparado e o pet possa ser exposto a ambientes externos com segurança”, finaliza.
FAQ
Quais os principais sintomas de verminose nos cães e gatos?
Existem alguns sintomas que podem ajudar a identificar se um animal está com algum tipo de verme. Os mais comuns são perda de peso, falta de apetite, diarreia ou fezes com sangue vivo, vômito, barriga inchada e coceira na região anal.
Quais doenças são protegidas quando o cão está vacinado?
A vacina antirrábica protege os cães contra a raiva. Já as vacinas polivalentes para cachorros oferecem imunização contra diversas doenças infectocontagiosas, incluindo cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza, influenza canina e leptospirose.
Quais cuidados devem ser tomados enquanto um filhote não está vacinado?
Quando um filhote não está com o protocolo vacinal completo, deve-se evitar sua exposição a ambientes potencialmente contaminados, como praças e parques. Também é recomendado manter uma higiene rigorosa do animal e dos locais por onde ele circula e impedir o contato com fezes e urina de outros pets, que possam representar risco à sua saúde.
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