Nos últimos anos, estudos sobre o comportamento alimentar dos felinos domésticos têm revelado a complexidade por trás de suas preferências e hábitos alimentares. Gatos, por natureza, são animais carnívoros que necessitam de uma dieta altamente específica, rica em proteínas e outros nutrientes essenciais para sua saúde e bem-estar. No entanto, o ambiente em que vivem desempenha um papel fundamental em sua alimentação, pois influencia diretamente suas escolhas alimentares, padrões de comportamento e até condições de saúde. Segundo Ellis e colaboradores (2013), são preconizados cinco pilares para garantir um ambiente saudável para os felinos:
- Promover um espaço seguro;
- Fornecer os recursos essenciais e mantê-los separados entre si: áreas para alimentação, hidratação, necessidades fisiológicas, arranhadura, brincadeiras e locais para descanso;
- Oportunidade de manter o comportamento de caça;
- Interação humano-animal positiva, consistente e rotineira;
- Estimular o senso olfatório e, se necessário, utilizar feromônios.
Por serem animais sensíveis e metódicos, os gatos podem apresentar alterações em seu comportamento, saúde e padrões alimentares quando submetidos a qualquer alteração em algum desses pilares. Ambientes barulhentos, mudanças repentinas de rotina, introdução de novos animais ou pessoas na casa, ausência de estímulos ou mesmo tédio podem ser considerados estressores.
Uma das alterações de saúde comuns em felinos causada por estresse é conhecida como Síndrome de Pandora ou Cistite Idiopática Felina (CIF). Segundo Buffington & Chew (2017), a CIF é um transtorno de ansiedade causado por uma preocupação excessiva, constante e persistente dos gatos que gera ativação crônica do Sistema Central de Resposta a Ameaça e, consequentemente, maior liberação de cortisol.
Geralmente na CIF o paciente apresenta manifestações clínicas de alteração no trato urinário (como obstrução, hematúria ou disúria), o que leva muitos clínicos a focarem o tratamento apenas nesses pontos. Entretanto, muitos animais podem apresentar diversas outras alterações de saúde e comportamento que acabam passando despercebidas pelos clínicos gerais e tutores. Exemplo disso, em estudo recente foi demonstrado maior prevalência de obstruções uretrais felinos durante o início da pandemia de COVID-19, possivelmente decorrente da mudança de rotina e estresse causado pelos tutores permanecerem mais tempo em casa do que o habitual.
Leia a matéria completa na edição de Novembro da Revista Cães e Gatos, neste link.
FAQ
O que pode causar estresse no meu gato?
Ambientes barulhentos, mudanças repentinas de rotina, introdução de novos animais ou pessoas na casa, ausência de estímulos ou mesmo tédio podem ser considerados estressores.
Como posso criar um ambiente menos estressante para meu gato?
Estímulos senso olfatório, brincadeiras, um espaço tranquilo, água e comida fresca podem ajudar a tornar o ambiente menos estressante para os gatos.
Quais os riscos do estresse para os gatos?
Uma das alterações de saúde comuns em felinos causada por estresse é conhecida como Síndrome de Pandora ou Cistite Idiopática Felina (CIF).
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