Estes animais são sensíveis e demandam cuidados especiais ao longo de até 8 anos de vida
A Páscoa é um dos momentos mais aguardados pelas crianças – e até para alguns adultos – por conta dos ocos de chocolate que vão receber. Além disso, presenciando inúmeros comerciais de televisão, onde o coelho é um personagem bastante importante para a data, muitas delas pedem um desse animal. Mas, é importante destacar que coelhos não são brinquedos como os que vêm dentro dos ovos de Páscoa. Eles precisam de cuidados!
O problema, muitas vezes, começa ainda na aquisição, afirma a médica-veterinária Rosângela Ribeiro Gebara, da Comissão Técnica de Bem Estar Animal (CTBEA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). Alguns vendedores, afirma a profissional, chegam a colorir os pelos dos animais, para atrair o público. “Outra prática comum é vender filhotes ainda imaturos, como se fossem ‘coelhos anões’. Por falta de cuidados especiais, manipulação inadequada e ausência da mãe, vários desses coelhos morrem após poucos dias”, afirma Rosângela. Além da atitude não atentar para a vida do animal, a médica-veterinária alerta ao desserviço que é reduzir os coelhos a meras mercadorias. “Dessa maneira, os pais deixam de ensinar aos filhos lições sobre responsabilidade e compaixão com os seres vivos”, complementa.
Cuidados especiais. Os coelhos vivem de 6 a 8 anos, em média, segundo a profissional. Eles precisam de cuidados especiais, que começam pela alimentação, com ração específica, passando por ambiente com instalações amplas e adaptadas, visitas regulares ao médico-veterinário, acesso a jardins ou locais onde possam expressar comportamentos naturais, como cavar buracos, assim como receber carinho, tempo e atenção e, sempre que possível, uma companhia da mesma espécie.
Assim como os cães, os coelhos são animais queprecisam de companhia (Foto: reprodução)
Como animais herbívoros que são, os coelhos se alimentam de vegetais, como folhas e verduras, além de ração específica para a espécie, ambos em quantidade controlada uma vez ao dia. E eles precisam, ainda, de uma dieta à base de feno de capim. Isso porque, segundo a médica-veterinária Cristina Maria Pereira Fotin, da Comissão Técnica de Médicos-Veterinários de Animais Selvagens do CRMV-SP, há uma particularidade nos coelhos, que é o crescimento contínuo de todos os dentes.
“Os dentes se gastam ao ato de o animal comer alimentos que tenham uma fibra mais grossa e quem faz essas vezes é o feno. Portanto o feno, assim como a água, deve estar à disposição durante todo o dia”, diz. Os coelhos são animais muito curiosos e os dentes da frente muito afiados, capazes de cortar fios de equipamentos eletrônicos, por exemplo, como telefone e televisão. “As pessoas devem colocar proteções nesses fios, para não danificarem os aparelhos e serem um risco aos animais. Além do feno, podem ser oferecidos outros itens para que eles possam roer, como galhos de árvores frutíferas, pedrinhas específicas vendidas como brinquedos e madeira”, recomenda.
Assim como os cães, os coelhos são animais que precisam de companhia. Eles suportam alguns períodos do dia longe dos tutores, porque acostumam com a rotina, mas podem sofrer com ausência se for por períodos muito longos, como um final de semana. “Vários coelhos diminuem o apetite na ausência do tutor e têm problemas na fermentação do intestino, produzindo gases e desenvolvendo problemas mais graves”, destaca Cristina.
Quando machos convivem juntos, podem ocorrer brigas, porque eles são territorialistas. Se a ideia for ter machos e fêmeas juntos, elas precisam ser castradas, para prevenir uma reprodução desenfreada. “A fêmea tem um cio seguido do outro, com ciclo reprodutivo de 30 dias. Ou seja, a partir do nascimento de uma ninhada, já pode reproduzir de novo”, conclui.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.