O CRMV-RJ foi surpreendido, recentemente, com a propaganda nas redes sociais de um curso de Medicina Veterinária por R$ 59 na primeira mensalidade. Não apenas a quantidade de cursos e a escassez de mercado preocupam, mas, também, a formação desses profissionais.
Em 1910, surgiram as instituições pioneiras do ensino da Veterinária no País: a Escola de Veterinária do Exército fundada pelo Decreto nº 2.232, de 6 de janeiro, e a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, criada pelo Decreto nº 8.319, de 20 de outubro, ambas na cidade do Rio de Janeiro. A alta repentina, no entanto, começou em 1990, quando, segundo o Ministério da Educação (MEC), foram criados 57 novos cursos na área. De lá para cá, esse número disparou e, atualmente, o Brasil possui o alarmante número de mais de 500 cursos de Medicina Veterinária em atividade.
Em nota, o CRMV-RJ alerta que a qualidade do ensino afeta diretamente os serviços veterinários prestados à população. Esses profissionais que estão se formando irão atender os animais, trabalhar em áreas como segurança alimentar, Saúde Única, fabricação de produtos de origem animal, entre outras áreas.
Por isso, a autarquia recomenda que o futuro profissional opte por uma universidade que preze pelo bom nome da Medicina Veterinária “e que a população contrate os serviços de quem frequentou escolas com qualidade de ensino”.
O Conselho ainda esclarece em nota que consta em seu site, que não tem ingerência sobre a formação acadêmica e que cabe ao MEC autorizar a abertura e fechamento desses cursos. Entretanto, preocupa-se a existência do “estelionato educacional”, em que o maior prejudicado é o próprio bacharel, falsamente enganado por instituições que vislumbram unicamente o lucro em detrimento do ensino qualificado.
O material do CRMV-RJ ressalta que um bom curso de Medicina Veterinária deve ter, entre vários requisitos, bibliotecas e laboratórios devidamente equipados para as aulas práticas. Além disso, dispor de fazenda para as aulas práticas da área de produção animal e hospital veterinário, que funcione 24 horas, além de seguir a Resolução nº 3/2019 do MEC, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais. Também é desejável avaliar se existem aulas práticas e se há conteúdos que abordem competências humanísticas. O corpo docente merece avaliação.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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