Comprometido em promover o bem-estar dos animais e a saúde da população, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) emitiu um comunicado para esclarecer informações sobre a esporotricose, um importante tópico de saúde que afeta os gatos.
A proposta, de acordo com o Conselho, é fornecer informações claras e tranquilizadoras para que todos possam entender essa doença e tomar medidas apropriadas. As informações divulgadas estão elencadas abaixo:
O que é a Esporotricose?
A esporotricose é uma doença causada por fungos do Complexo Sporothrix, que pode afetar tanto animais quanto seres humanos. Tradicionalmente, a doença era associada a Sporothrix schenckii, uma espécie relacionada ao ambiente, configurando uma doença ocupacional relacionada principalmente a trabalhadores que têm relação direta com a terra sem os equipamentos de proteção necessários – tanto que era conhecida como “a doença do jardineiro”.
Nas últimas três décadas, a esporotricose assumiu o posto de maior epidemia zoonótica (que é transmitida dos animais para os humanos) registrada no País, principalmente devido à introdução de um novo agente infeccioso.
Trata-se do Sporothrix brasiliensis, agente infeccioso com maior capacidade de produzir efeitos graves ou fatais e que traz mudanças na cadeia de transmissão, tendo nos gatos os principais contaminados e transmissores da doença.
Desta forma, a esporotricose é geralmente transmitida de gato para gato ou de gato para humano através de arranhões ou ferimentos, quando o fungo está presente na pele do animal. É importante observar que não é uma doença que se espalha facilmente entre humanos.
Não há motivo para pânico
É crucial ressaltar que a esporotricose pode ser tratada com sucesso em gatos e seres humanos. O tratamento é eficaz, e muitos animais se recuperam completamente. Portanto, não há motivo para pânico. Se você suspeita que seu gato possa estar infectado, recomendamos procurar um Médico-Veterinário para um diagnóstico adequado e tratamento.
Quais são os principais sinais clínicos e sintomas da esporotricose?
Nos gatos, as manifestações clínicas da esporotricose são variadas. Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. A esporotricose está incluída no grupo das micoses subcutâneas.
Como é possível identificar a esporotricose em humanos?
A doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de carocinhos ou feridas. Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o ideal é procurar um dermatologista para obter um diagnóstico adequado.
Os gatos podem transmitir esporotricose para as pessoas?
Sim, por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a lesão. Por isso é importante que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal doente receba o tratamento adequado. Animais doentes não devem nunca ser abandonados. Se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença. Caso suspeite que seu animal de estimação está com esporotricose, procure um médico veterinário para receber orientações sobre como cuidar dele sem correr o risco de ser também contaminado.
É possível que um gato doente contamine outros animais que convivem no mesmo ambiente, como uma casa, quintal ou apartamento?
Sim. Por isso é aconselhável isolar o gato do contato com outros animais, separando-o num ambiente próprio, para que receba os cuidados de que necessita sem comprometer a saúde dos outros bichos da casa. Outro cuidado muito importante: em caso de morte do animal com esporotricose, é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado. Isso porque a micose pode se espalhar pelo solo, espalhando a doença entre outros animais.
Os gatos não devem ser mortos em função da doença
É importante lembrar que a esporotricose não é motivo para sacrificar gatos. Eles não são culpados pela doença e, muitas vezes, podem ser tratados com sucesso. Eutanásia não é a resposta, pois é uma medida extrema e desnecessária na quase totalidade dos casos.
Para prevenir a esporotricose, o CRMV-RS recomenda:
Realizar a castração do seu animal e mantê-lo dentro de casa para evitar possíveis exposições ao fungo.
Não permitir que gatos infectados arranhem ou mordam outras pessoas ou animais.
Procurar um médico veterinário assim que perceber sinais de esporotricose em seu gato, como lesões na pele que não cicatrizam, feridas ulceradas, ou inchaço.
Tomar precauções ao lidar com gatos feridos ou desconhecidos, como o uso de luvas e máscara.
“Lembramos a todos que a esporotricose é uma preocupação de saúde pública, e é nossa responsabilidade cuidar dos animais e da nossa própria saúde. Para obter mais informações e assistência, entre em contato com seu médico-veterinário local”, conclui a nota.
Fonte: CRMV-RS, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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