Muito se ouve falar em cuidados com os animais de estimação durante a estação mais quente do ano e, pensando nisso, o Conselho Regional de Medicina Veterinário do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) lançou a campanha “Cuidados com pets no verão” para alertar os tutores sobre algumas armadilhas que o calor intenso pode causar nos cães e gatos.
Normalmente, este período proporciona momentos agradáveis entre os tutores e os animais, como mais passeios, viagens, praia, entre outros. No entanto, é preciso ficar atento para a série de cuidados. O médico-veterinário e presidente do CRMV-RS, Mauro Moreira, explica que, assim como as pessoas, os animais também necessitam de mais hidratação e cuidados para suportar as altas temperaturas da estação.
Segundo o dirigente, o calor excessivo pode representar riscos aos pets. “A campanha busca, justamente, ajudar os tutores a não só observar o comportamento de seus animais de estimação, mas adotar uma rotina de cuidados que os preservem dos efeitos do verão”, declara.
Alguns hábitos na rotina podem ser adotados, como por exemplo, passear com os pets no início ou no final do dia, em função do calor e da possibilidade dos animais queimarem as patas. O médico-veterinário Nédio Guizzo Júnior destaca sobre atenção redobrada na hora de expor os cães e gatos no sol e calor, sejam os que passeiam ou os que permanecem em casa, pelo risco de hipertermia e desidratação. “O sistema de termorregulação dos pets é diferente dos humanos, a forma de resfriar o organismo é, em grande parte, aumentando a frequência respiratória, e isso funciona bem, porém, em situações de exposição prolongada ao calor e umidade do ar baixa podem levar à descompensação respiratória e fisiológica”, explica.
Além disso, outro risco que a exposição ao sol pode causar é o câncer de pele, principalmente em animais de pelagem clara, como explica a médica-veterinária, Renata Pedron. “Pode-se passar protetor solar nos pets. Já existem no mercado marcas específicas pet, não precisando passar protetor solar humano. Os casos indicados são para os pets com pelagem rarefeita, em decorrência de patologia ou tratamento, e em gatos brancos ou extremidades brancas (focinho e orelhas) devido à alta incidência de neoplasias. Vale ressaltar os cuidados com a alimentação e ingestão de água, que também são indispensáveis para uma vida saudável, ajudam a manter os pets hidratados e mais refrescados”, discorre.
Segundo o presidente do CRMV-RS, no verão, também são recorrentes casos de tutores que deixam cães presos em carros fechados, ou amarrados no pátio, em área sem acesso à sombra, ou em peças da casa fechadas e muito quentes. “Casos graves que podem levar os animais à morte por uma síndrome conhecida como intermação. Ela leva a um aumento da temperatura corporal do pet, causada por longa exposição ao calor, sem os cuidados adequados”, esclarece.
Ainda de acordo com os veterinários do Regional, entre os sinais clínicos, pode ter como atenção a temperatura corporal acima de 40ºC, hiperventilação, sialorreia, taquicardia, indisposição e fraqueza, em casos mais graves, sintomas cardiovasculares, edema pulmonar, coma e óbito. “Para evitá-la, deve-se manter a hidratação, não expor o pet a longos períodos ao sol ou locais abafados (caixa de transporte), manter local ventilado e com temperatura amena, nunca deixe o pet dentro de automóveis sozinho e não estimule exercícios em horários de maior calor”, explica Nédio Guizzo Júnior.
Fonte: CRMV-RS, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Campanha “Janeiro Branco” reforça a importância de cuidar da saúde mental
Balanço: CRMV-AM realizou quase 900 fiscalizações em estabelecimentos durante 2021
Médica-veterinária explica alguns comportamentos dos gatos que causam dúvidas nos tutores