O uso de dispositivos de medição contínua e medicamentos administrados por via oral são avanços recentes na gestão da diabetes mellitus em gatos. A evolução do tratamento tem sido notável, como discutido neste episódio do Podcast da Veterinária Atual, que também enfatiza a obesidade como um dos principais fatores predisponentes para o desenvolvimento da doença.
De forma similar aos humanos, o tecido adiposo dos gatos é considerado um órgão endócrino que produz diversas substâncias que vão alterar ou afetar em parte a ação da insulina. A obesidade é, assim, um gatilho que desencadeia insulinorresistência, na medida em que a insulina produzida acaba não agindo de forma correta, devido a todos os mediadores inflamatórios despoletados em parte pelo tecido adiposo. A inatividade, associada à obesidade, assume-se, assim, como um fator predisponente para o desenvolvimento da diabetes, sendo que os gatos indoor acabam tendo maior predisposição para a doença.
De acordo com o médico-veterinário Rodolfo Oliveira Leal, o diagnóstico da diabetes acaba se tornando “extremamente simples”, na medida em que os sinais que levam os tutores à consulta “são muito clássicos” e passam por “beber muita água, urinar com frequência, perda de peso e comer em excesso”. Na gíria médica, são designados os 4 P’s: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso. “São poucas as doenças, no caso dos gatos, que podem dar este combo de quatro sinais”, explica o veterinário, que adiciona: “Em vez de fazermos as clássicas curvas de glicemia, atualmente, já temos dispositivos de medição contínua da glucose intersticial que se aplicam no tecido subcutâneo e que permitem, com auxílio de apps, captar esses valores por meio do telemóvel”.
No que diz respeito à abordagem terapêutica da doença, sabe-se que a sua evolução tem sido assinalável, disponibilizando, atualmente, ferramentas que permitem maior qualidade de vida dos animais. Leal destaca as principais mudanças a este nível: “A insulina: existem duas de uso médico-veterinário e a investigação tem estado par a par com a Medicina Humana; e a monitorização da glicemia mencionada anteriormente”.
Fonte: Veterinária Atual, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
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