O avanço da idade, além de gerar maior conhecimento, pode ser marcado pelo desenvolvimento de diversos problemas de saúde. No caso dos gatos, a osteoartrite ou artrose merece atenção redobrada dos tutores, já que se resume em um processo de deterioração de forma lenta e progressiva das articulações.
De acordo com a médica-veterinária Daniela Formaggio, especializada em felinos, do Hospital Veterinário Taquaral, “estima-se que cerca de 90% dos gatos acima de 12 anos sejam acometidos pela doença”. Contudo, além da idade, a genética também é um grande fator de risco para o desenvolvimento do problema, com raças como Maine Coon, Birmanês, Scottish ou Abissínio sendo mais suscetíveis ao acometimento. O sobrepeso também é um agravante.
A veterinária também explica que como o gato não costuma apresentar comprometimento da capacidade de caminhar, a família pode demorar para reconhecer que o pet sente dor. No entanto, a especialista sugere observar alguns sinais que podem indicar a presença da osteoartrite.
Dentre os sinais, alteração de comportamento como irritabilidade, depressão e/ou letargia; diminuição ou perda do apetite; rigidez nas articulações; diminuição das atividades como, por exemplo, subir ou descer dos móveis; redução da interação com a família; perda da massa muscular e diminuição do “grooming”, que é a autolimpeza da superfície corpórea, – urina e fezes fora da caixa de areia, podem ser notados.
“É comum aos tutores associarem alguns desses indícios ao envelhecimento do animal. Mas a dor presente na osteoartrose tem solução. Deve ser tratada de forma contínua e individualizada para cada estágio da doença, o que garante qualidade de vida ao animal”, ressalta a médica-veterinária, acrescentando que as articulações mais afetadas são as do quadril e cotovelo e que, na maioria dos gatos, há mais de uma articulação envolvida.
Tratamento O tratamento engloba medicamentos, manejo ambiental, fisioterapia e nutrição e, conforme Daniela, geralmente é indicado mais de uma modalidade de terapia. “O médico-veterinário é que vai decidir o melhor protocolo, levando em consideração a gravidade da doença e as particularidades de cada paciente”.
A profissional ainda ressalta que, como a maioria dos animais idosos apresenta outras comorbidades, como por exemplo, doença renal crônica, os anti-inflamatórios e analgésicos devem ser prescritos após uma avaliação clínica completa.
Dicas da veterinária. Para ampliar os cuidados, a fim de ofertar melhor qualidade de vida ao animal idoso, algumas adaptações podem ser feitas no ambiente em que ele circula dentro de casa, como indica a médica-veterinária.
Segundo ela, medidas como a distribuição de várias tigelas de comida e água em locais distintos e colocadas um pouco acima do chão, colocação de rampas ou bancos para facilitar o acesso aos móveis e janelas, exercícios físicos e mentais, camas e colchões acolchoados, arranhadores posicionados na horizontal e caixas sanitárias com um dos lados mais baixos para facilitar o acesso do gato, estão entre as ações que permitem que o pet viva de maneira mais confortável.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Acumuladores de animais devem receber ajuda psicológica e informações sobre Saúde Pública
Salário de médicos-veterinários: os pisos salariais são seguidos à risca?
Valores de matérias-primas utilizadas em pet food subiram de 65 a 165% durante pandemia