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Clínica e Nutrição

Espirro reverso: quando é preciso procurar um veterinário?

Confundida com tosse ou engasgo, condição exige atenção do tutor
Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Natalia Ponse, da redação [natalia@ciasullieditores.com.br]

Já aconteceu com você? Seu pet está “normal”, quando, de repente, começa a produzir um som forte de ronco, como se estivesse se engasgando, mas… para dentro?! Pois saiba que esta condição é chamada de espirro reverso (ou respiração paroxística inspiratória).

As causas mais comuns, conforme conta a médica-veterinária Clínica Geral e líder do setor de Pronto Atendimento do Hospital Veterinário Inova, Laís Souza Carvalho, envolvem excitação, presença de corpos estranhos, pólipos, neoplasias, ácaros nasais, acúmulo de secreção, inalação de poeira, inalação de produtos químicos, alergia, infecções virais e alteração anatomofuncional.

E como os tutores podem diferenciar um “espirro reverso” de um espirro normal em seus animais de estimação? Ela explica: “No espirro reverso, os animais apresentam uma inspiração muito forte, ficam com a boca fechada, em posição ortopneica (extensão do pescoço e abdução do cotovelo) e emitem um som alto como um ronco, com duração de poucos segundos. Já no espirro normal, eles abrem a boca e expelem ar pelos pulmões, não demonstrando alteração na posição e emissão do ‘ronco’”. 

Os cães são mais afetados que os gatos, define Laís. Os de raças pequenas e os braquicefálicos são mais predispostos, como pug, shih-tzu, lhasa apso, bulldog francês e pequinês. 

Raças pequenas e os braquicefálicas, como o pug, são mais afetados pela condição (Foto: reprodução)

Laís comenta que o que acontece com o organismo do animal durante um espirro reverso é o seguinte: a contração dos músculos inspiratórios e a movimentação das cartilagens da laringe geram pressões pleurais e traqueais negativas. A forte pressão do “fechamento” da traqueia, junto à abertura repentina da glote enquanto a boca está fechada, produz um rápido fluxo de ar inspiratório por meio do nariz e da nasofaringe, arrancando partículas irritantes e muco acumulado. Isso resulta na aspiração da nasofaringe para a orofaringe, causando a depuração mucociliar (auto limpeza das vias) e permitindo a posterior eliminação por deglutição ou tosse. 

“Não existe tratamento específico para o espirro reverso. Se houver comorbidades associadas, estas devem ser tratadas”, pontua Laís, reforçando que ele pode acontecer isoladamente, mas, em um estudo, foi demonstrado que, na maioria dos casos, essa condição estava associada a problemas em vias aéreas.  

Quando o tutor deve se preocupar e procurar imediatamente ajuda veterinária para um episódio de espirro reverso? Neste caso, a médica-veterinária orienta atenção: se o pet apresentar cianose, dispneia e se houver aumento da frequência ou da severidade das crises, é hora de buscar ajuda especializada. 

De forma geral, o principal fator “motivante” do espirro reverso é o estresse e a ansiedade. “Portanto, evite agitação e contato com possíveis alérgenos”, diz e finaliza: “Em caso de crise, para acalmá-los, tente tapar, brevemente, as narinas e massagear a região da traqueia para que o episódio passe mais rápido”. 

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