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Inovação e Mercado

Estudantes de Medicina Veterinária de Goiás criam projetos inéditos para o mercado

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

O mundo do trabalho exige dos futuros médicos-veterinários uma série de competências e habilidades comportamentais e interpessoais, que vão muito além da formação técnica e científica do curso de graduação. 

Nesse sentido, muito mais do que trabalhar em clínicas e hospitais veterinários, ou no controle de zoonoses, produção sustentável, controle de resíduos, entre outras áreas, o empreendedorismo entra em cena na formação acadêmica para trazer respostas às demandas que o mundo apresenta. 

Uma projeção do Fórum Econômico Mundial sinaliza que as habilidades mais valorizadas pelo mercado nos próximos cinco anos serão a criatividade, originalidade, resolução de problemas complexos, liderança, foco nas necessidades do consumidor, resiliência e flexibilidade, entre outras. 

Atento a essas demandas, o curso de graduação em Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) incentiva esse diferencial formativo no seu projeto pedagógico e convida os estudantes a empreender e trabalhar ideias de negócio ao longo do curso. 

Docente da disciplina Economia, Planejamento Agropecuário e Marketing, lecionada no 6º período, o professor Wagno Pereira da Costa explica que, ao longo de seis meses, os acadêmicos trabalham a ideia de um negócio, marca, venda de produtos e estratégias inovadoras para alcançar o público-alvo. 

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O curso de graduação em Medicina Veterinária da PUC Goiás incentiva esse diferencial formativo no seu projeto pedagógico e convida estudantes a empreender e trabalhar ideias de negócios ao longo do curso (Foto: Reprodução/ G1)

Muito além da sala de aula 

Um fato que chama atenção é que o mercado local foi aquecido por um boom de pet shops durante a pandemia. Todavia, ao mesmo tempo que esses negócios cresceram, falta um olhar profissional e inovador na gestão dessas ideias empreendedoras. 

“Além das hard skills, que representam a capacitação adquirida durante o curso, os estudantes aprimoram as soft skills, habilidades comportamentais e interpessoais, que trazem um olhar inovador para o mercado, além de identificar as necessidades do cliente. Faltam produtos e serviços para atender a família como um todo e a compreensão de que o animal de estimação faz parte da família”, analisa o docente. 

De olho nas necessidades do mercado e no comportamento do consumidor, o professor Wagno considera que é justamente nesta lacuna que a formação universitária deve mostrar a que veio. Em função disso, a inovação tem sido um assunto bastante trabalhado com os estudantes dentro de sala de aula e, também, em eventos científicos, como o Congresso de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI), que movimentou a agenda acadêmica da PUC Goiás no último mês de outubro. 

Todas essas ideais empreendedoras são apresentadas pelos acadêmicos a uma comissão de jurados, ao término do semestre, em um evento chamado Inovavet, que marca a conclusão da disciplina. A primeira edição do evento ocorreu no dia 13 de junho deste ano, com a apresentação de 14 propostas empreendedoras, que foram apreciadas por especialistas da área. 

“Os estudantes fazem uma análise de mercado e comportamento do consumidor. O trabalho é dividido em duas etapas: primeiro eles desenvolvem a ideia e, depois, estudam a viabilidade do projeto”, explica. 

O professor também lança sementes para o futuro. O intuito é criar uma empresa júnior dentro do curso de Medicina Veterinária para colocar os negócios em prática e prestar um serviço à comunidade, e, também, fazer uma parceria com a Incubadora de Empresas e a Agência de Inovação da universidade, para dar continuidade aos projetos desenvolvidos em sala de aula. 

Reiki para pets 

Entre os trabalhos apresentados na primeira edição do Inovavet, um deles chamou atenção dos jurados pelo seu potencial empreendedor. Um grupo de estudantes apresentou a proposta de um spa destinado aos animais de estimação, focado em terapias alternativas, chamado Mandala Pet. 

De acordo com a acadêmica Fernanda Lima de Moura, integrante do grupo, a ideia da iniciativa é proporcionar um atendimento integral aos pets com um diferencial inspirado a partir da saúde humana. “Terapias alternativas estão em alta na medicina humana, então conversamos e nos questionamos: por que não extrapolá-las para o mercado pet? “, conta. 

Mais do que serviços, as estudantes propuseram uma experiência exclusiva e luxuosa para os pets e, para isso, criaram diferentes pacotes de SPA com banhos de ofurô, massoterapia, ozonioterapia, cromoterapia, reiki, entre outras técnicas, com o intuito de prezar pelo equilíbrio energético do animal, fazendo ele se sentir como se fizesse parte de uma realeza. 

Acolhida aos animais em estágio terminal 

A segunda edição do evento está prevista para a segunda quinzena de dezembro e, no momento, os acadêmicos que cursam a disciplina de empreendedorismo estão analisando a viabilidade dos projetos. 

Um dos trabalhos, que está andamento, quer proporcionar uma acolhida aos pets que enfrentam doenças terminais. O potencial para a ideia das estudantes virar negócio é grande, já que não existe em Goiânia uma iniciativa nesse sentido. 

Elaborado pelo grupo da estudante Vitória Caroline Martins Gonçalves (foto), a Clínica de Cuidados Paliativos pretende atender o animal com estado de saúde debilitado e em estágio terminal, oferecendo um tratamento completo com cuidados de saúde ativos e rigorosos. 

“O foco é aliviar e minimizar o sofrimento para que os animais possam ter a melhor qualidade de vida possível, apesar de serem acometidos por alguma doença que não responde efetivamente aos tratamentos curativos. Os principais serviços seriam cuidados paliativos especializados com protocolo individual para cada caso, reabilitação de pacientes, aromaterapia, acupuntura, hidroterapia, acompanhamento e assistência por equipe multidisciplinar, rede de apoio aos tutores, além de realização de exames e serviço de transporte”, explica Vitória. 

Como toda ideia empreendedora busca a solução para um problema, a inspiração para o projeto partiu de uma necessidade detectada por Vitória durante sua vivência no estágio. A estudante constatou que a maioria das clínicas veterinárias oferece um padrão tradicional de tratamento por meio do método curativo, mas quando um animal recebe o diagnóstico de uma doença limitante, o tutor se depara com duas opções: a primeira é a eutanásia e a segunda é manter o animal vivo em condições desfavoráveis, até o fim de sua vida. 

“Isso acaba sendo uma decisão muito difícil por envolver diversas questões, como o laço afetivo entre animal e tutor, a disponibilidade de tempo, a necessidade de estrutura adequada e mudanças desafiadoras, as quais nem sempre os tutores estão preparados para se adaptarem a elas”, analisa a estudante. 

Atualmente, o projeto encontra-se em fase de elaboração na parte de orçamentos, fontes de recursos e estrutura de custos. Segundo Vitória, o grupo pretende tirar o projeto do papel e colocá-lo em prática: “reconhecemos que essa área é restrita e até mesmo desconhecida, mas possui sua importância e se faz cada vez mais necessária ao enfretamento de doenças graves dos animais de estimação”, conclui. 

Fonte: G1, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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