Fazendas de leões que operam sem regulamentação e são responsáveis por uma série de práticas antiéticas – entre elas, encobrindo suas atividades ilegais de exportação de ossos de leão para a medicina tradicional asiática.
A informação foi publicada no relatório Putting a Stop to Cruelty (colocando um fim à crueldade, em tradução livre para o português), divulgado pela Proteção Animal Mundial. O documento fala sobre a indústria de criação de leões na África do Sul, revelando conexões com sindicatos do crime internacional.
A denúncia vem de fontes anônimas, e as evidências trazem cenas de leões em condições deploráveis, em recintos sujos e estéreis, com falta de cuidados e alimentação adequada. Além disso, o levantamento destaca práticas desumanas de abate, onde os leões são processados no local em condições chocantes, com falta de higiene e segurança. A falta de regulamentação adequada permitiu que as fazendas operassem em uma área legal ambígua, mascarando suas atividades ilegais como negócios legítimos.
A organização chama a atenção para as condições dos animais nestas fazendas e pede ao governo sul-africano que cumpra sua promessa de fechar a indústria de criação de leões em cativeiro do país de forma definitiva.
Lamentavelmente, o governo sul-africano revogou sua promessa de fechar a indústria de criação de leões em 2022, e essa falta de clareza em relação ao futuro da indústria tem permitido que tais práticas persistam, ameaçando a posição do país como líder em conservação.
“Pedimos ao governo sul-africano que cumpra sua decisão de 2021 e ponha um fim obrigatório no tempo à indústria comercial de leões em cativeiro, o que tornará a detecção e prevenir o comércio ilegal mais fácil ao mesmo tempo. Só então nossa reputação como líder em conservação será restaurada e o bem-estar dos leões cativos do país e de outros grandes felinos será garantido”, reforça a diretora e gerente de Campanha da Blood Lions, Louise de Waal.
Estima-se que milhares de leões e outros grandes felinos estejam sendo criados em cativeiro em mais de 350 instalações em toda a África do Sul. Uma situação preocupante, pois alguns estabelecimentos fazem uso de táticas para evitar a detecção, como câmeras de segurança, patrulhas e aplicativos de mensagens durante as inspeções.
“A eliminação voluntária da indústria por si só não será suficiente para interromper a exploração comercial de leões em cativeiro na África do Sul. Agora sabemos que algumas fazendas de leões fora da grade fazem de tudo para evitar a detecção. As instalações usam várias táticas, como câmeras de segurança, patrulhas e aplicativos de mensagens para evitar a detecção durante as inspeções para ocultar atividades ilegais”, reforça o chefe Global de Pesquisa da Vida Selvagem da Proteção Animal Mundial, Neil D’Cruze.
A Proteção Animal Mundial e os Blood Lions, uma ONG parceira local, entregaram suas descobertas ao governo sul-africano. Para apoiar a causa, os cidadãos sul-africanos são encorajados a manifestar seu apoio à eliminação gradual da indústria de criação de leões em cativeiro, registrando seu apoio em um site específico.
O turismo e a exploração animal
A Proteção Animal Mundial aconselha que turistas e visitantes evitem locais e atrações que explorem leões e outros grandes felinos para entretenimento, como acariciar filhotes e caminhar com leões. Essa conscientização é essencial para garantir o bem-estar dos leões cativos do país e proteger esses animais de práticas inaceitáveis.
A indústria do entretenimento com leões não deve ser incentivada, e somente com ações concretas podemos restaurar a representação do país como líder em conservação e proteção animal.
No Brasil, é comum encontrar esses animais em zoológicos e parques temáticos como forma de entretenimento. É importante que os visitantes sejam críticos e conscientes ao escolherem participar de atividades que envolvam animais em cativeiro. Observando as práticas do local, condições e políticas de bem-estar.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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