Com o objetivo de conscientizar tutores e profissionais da área da medicina veterinária sobre a importância dos cuidados com a visão na qualidade de vida dos animais de estimação, o Junho Violeta marca o mês de prevenção das doenças oculares em cães e gatos.
A campanha busca alertar sobre os principais sinais de alerta para a ocorrência das doenças oculares, além de incentivar a procura por atendimento especializado com orientações sobre a prevenção destes problemas e os avanços na medicina veterinária para garantir a saúde ocular dos pets.
O médico-veterinário, mestre em cirurgia veterinária, doutor em Medicina Veterinária e coordenador do Programa de Aprimoramento Profissional em Medicina Veterinária da Uniube, Renato Linhares Sampaio, compartilha informações sobre doenças oculares, métodos de diagnóstico e a importância do tratamento adequado.

Doença oculares mais comuns e importância da prevenção
A visão é essencial para a locomoção, identificação de riscos, interação social e com o ambiente, além de contribuir para o bem-estar dos pets.
Algumas doenças oculares se desenvolvem de forma silenciosa e só são percebidas precocemente por profissionais especializados em oftalmologia. As enfermidades mais frequentemente diagnosticadas nos cães e gatos são:
- Ceratoconjuntivite seca (olho seco): inflamação da superfície ocular, associada à deficiência na produção ou composição da lágrima.
- Úlceras de córnea: lesões na porção transparente do olho com risco de perda visual e necessidade de intervenção imediata.
- Glaucoma: aumento da pressão intraocular, podendo causar cegueira se não tratado.
- Catarata: opacificação do cristalino comum em animais idosos ou diabéticos.
- Uveíte: inflamação ocular frequente em cães com doenças transmitidas por carrapatos e em gatos com viroses.
Os sinais clínicos variam, mas em casa os tutores podem observar: olho vermelho, presença de secreção ocular, opacificação da córnea, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, coceira com patas, piscadas frequentes ou desorientação.
Como diagnosticar?
O exame oftalmológico é essencial para diagnóstico precoce e preservação da visão. Ele pode ser realizado a partir de diferentes técnicas, como:
- Biomicroscopia com lâmpada de fenda (avaliação de córnea, íris e cristalino);
- Tonometria (medição da pressão ocular);
- Teste de Schirmer (produção lacrimal);
- Oftalmoscopia (exame da retina).
Já os exames complementares incluem citologia, cultura microbiológica, exames de sangue e de imagem. Além disso, como muitas doenças oculares estão ligadas a distúrbios sistêmicos, algumas requerem a avaliação conjunta com especialistas.
Avanços no tratamento das doenças oculares em pets

Os avanços na oftalmologia veterinária têm melhorado significativamente a precisão diagnóstica e os tratamentos das doenças ocular em cães e gatos.
Hoje, temos formulações de medicamentos veterinários, que facilitam a administração e aumentam a adesão ao tratamento. Esses avanços têm elevado a qualidade dos atendimentos e contribuído para a preservação da visão e do conforto dos animais.
Fonte: Universidade do Agro Uniube, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ
Existem raças mais propensas a desenvolver problemas oculares?
Sim. As raças braquicefálicas de cães, como shih tzu, lhasa apso, maltês, pequinês, pug e buldogue são as mais predispostas a alterações oculares devido à anatomia facial. Nos gatos, as mais comuns são persa, exotic shorthair e himalaio.
Como prevenir as doenças oculares em cães e gatos?
Em casa os tutores devem ficar atentos a qualquer alteração ocular. Vermelhidão, secreção, olhos semicerrados ou lacrimejamento devem ser sinais de alerta, assim como mudanças de comportamento.
Qual é o acompanhamento ideal para garantir a saúde ocular dos pets?
A recomendação é que o pet faça a primeira avaliação oftálmica no primeiro ano de vida. A partir dessa consulta inicial, o profissional irá definir a frequência dos retornos, que pode ser anual, semestral ou até mais frequente, dependendo da predisposição ou presença de doenças.
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