Considerando que o Brasil tem cerca de 62,2 milhões de cães e 30,8 milhões de gatos morando em casas ou apartamentos com seus tutores, de acordo com dados da Abinpet e do Instituto Pet Brasil, todo cuidado é pouco para deixá-los à vontade e confortáveis no seu lar. Principalmente quando o espaço está em obra ou passando por reformas, um cenário que pode trazer desconfortos emocionais e afetar o pet fisicamente.
“Para além de objetos, cheiros e sons que podem machucar e incomodar o pet, é preciso levar em consideração suas emoções. Para isso, reserve um espaço da casa para que eles possam ficar e se sentir acolhidos e protegidos, além de tentar manter a rotina o mais normal possível, continuando com alimentação e horários de passeios”, comenta Marina Meireles, veterinária comportamentalista do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em SP.
A veterinária alerta para alguns riscos que valem a atenção dos tutores: tintas com substâncias tóxicas (o ideal é optar por tintas naturais); contato com poeira, que pode causar reações alérgicas ou afetar a pele; ácidos presentes em produtos para remoção de cimentos ou rejuntes, que podem causar queimaduras; materiais esquecidos no chão, como lascas de madeira, fios elétricos, pregos e cacos de vidro, que podem machucá-los ou acabar sendo ingeridos.
Fique atento aos materiais presentes no lar
Como já mencionado, alguns dos produtos utilizados em obras podem ser prejudiciais aos pets. O correto é armazenar os itens de forma segura — até mesmo para crianças — e optar por tintas e materiais atóxicos, além de isolar o animal do contato com os objetos espalhados pela casa. Pode-se usar barreiras para evitar que eles entrem nos espaços mais “arriscados”.
Antes do início das obras, é recomendado conversar com um veterinário para explorar as melhores práticas de manejo com o pet — inclusive, sobre quais tipos de piso utilizar a fim de não machucar as patinhas do animal ou criar tendências de quedas e ferimentos.
Observe os sinais de comportamento
Dica de todo veterinário, observar o comportamento do cão antes, durante e depois do período de obras é essencial. O impacto na rotina pode causar algumas mudanças, para isso, avalie se o pet está mais agressivo, assustado, triste ou agitado para entender como prosseguir. Caso necessário, consulte um especialista.
Outro ponto importante da observação é poder identificar caso o animal tenha algum sintoma. Coceiras, tosses, vômitos ou outros sinais derivados da ingestão de objetos ou contato com substâncias podem ocorrer. Nesses casos, é recomendado a ida imediata ao veterinário.
Crie um espaço acolhedor
Reserve um ambiente limpo, calmo e longe dos barulhos para que o pet possa permanecer durante os horários da reforma. Deixe à disposição petiscos, água, brinquedos, camas e o espaço de higienização. Um ponto importante é proteger janelas e outros móveis que possam machucar os pets em caso de sustos ou tentativas de fuga.
No caso de cães, enquanto durar a obra, considere deixá-lo frequentar uma escola comportamental ao longo do dia. Assim, ele gasta energia e se mantém entretido, ficando longe de um possível ambiente estressor. Além disso, a opção serve de apoio para facilitar o dia a dia dos tutores que precisam supervisionar a obra.
Fonte: Centro Veterinário Nouvet, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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