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Inovação e Mercado

Matérias-primas utilizadas no setor pet registram aumento no 1º trimestre

Por Equipe Cães&Gatos
matérias-primas pet food
Por Equipe Cães&Gatos

A pandemia do coronavírus influenciou negativamente a indústria de produtos para animais de estimação. Um dos principais motivos é a alta dos preços médios de matérias-primas. Para as companhias que produzem pet food, por exemplo, a alta foi de mais de 40%, no primeiro trimestre deste ano, em ingredientes básicos como as farinhas de carne e de vísceras, arroz, soja, trigo, óleo de frango e etc. Já itens como milho tiveram aumento superior a 50%. Proteínas de origem animal atingiram mais de 160% de aumento.

Dessa forma, a despeito do faturamento estimado em R$ 31,8 bilhões, crescimento de 17,8% em relação a 2020, o balanço geral é de que o segmento industrial tem sofrido prejuízos, mesmo levando em conta a produção de outros itens, como medicamentos e acessórios para pets.

Um dos motivos é a representatividade do pet food na cadeia de valor do setor. O alimento completo industrializado (pet food) representa 76% da receita (R$ 24,3 bilhões); produtos veterinários (pet vet), 17% (R$ 5,3 bilhões) e produtos de higiene e bem-estar animal (pet care), 7% ou R$ 2,2 bilhões. Os dados não levam em conta as movimentações de serviços gerais, serviços veterinários e venda de animais.

Isoladamente, as projeções indicam que o faturamento de pet food crescerá 19,8% entre as demais indústrias do setor. Mas a defasagem é de cerca de 20% em relação aos gastos da indústria, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), ou seja, o saldo para os fabricantes de alimento é negativo.

Em um período de crise sanitária acompanhada pela crise econômica, preocupa a indústria o impacto dos custos para as famílias (Foto: reprodução)

Produção de pet food

O 1º trimestre de 2021 mostrou recuo na produção de alimentos quando comparamos com o último trimestre do ano anterior que, historicamente é um período de menor produção para o setor pet

Mesmo com o aumento previsto de 7,5% na produção em 2021, chegando a 3,41 milhões de toneladas, os custos pressionam muito o setor. Em 2020 o número foi de 3,17 milhões de toneladas, crescimento de 11% em relação ao ano anterior. A previsão é de um ano com grandes desafios e com uma balança de custos elevada e ainda desequilibrada. O segmento de pet care deve crescer em torno de 10% e o pet vet, 12%.

Apesar dos gargalos, um dos elementos que mantiveram a demanda alta foi o fato de o setor ter sido declarado como essencial durante a pandemia em 2020. Por conta disso, as indústrias seguiram funcionando, e observando, rigorosamente, os protocolos sanitários. Nas ruas, os pet shops permaneceram abertos, oferecendo à população itens de primeira necessidade como pet food e artigos de higiene para animais de estimação.

“O aumento dos custos de produção reforça o descompasso na relação de faturamento com custos”, comenta o presidente-executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França. “A disparidade afeta o preço do produto para o consumidor final, pois os ingredientes listados acima correspondem a 90% do custo total das matérias primas que compõem o pet food”.

Para a Abinpet, o aumento das matérias-primas causa insegurança ao setor, que é obrigado a repassar pelo menos parte dos custos aos consumidores. Em um período de crise sanitária acompanhada pela crise econômica, preocupa a indústria o impacto dos custos para as famílias.

Outra ameaça foi a falta de embalagens para a produção de produtos para animais de estimação. A escassez do insumo afetou todos os setores da indústria em 2020 e o cenário continua nebuloso nesse início de ano e o setor pet não ficou de fora das instabilidades vividas no país, mas manteve os esforços para mitigar os desafios e gerar bons resultados.

Por todos esses fatores, o histórico de aumento no faturamento não reflete, necessariamente, crescimento real do setor. A variação alia-se à mudança de hábitos de compra do consumidor, que migra de uma linha premium para uma básica, configurando assim a desaceleração do segmento pet em função do cenário econômico atual. “Fica claro que existe uma estagnação no segmento pet food, sem ganho real de crescimento em faturamento”, diz Galvão de França.

Soma-se a isso a alta carga tributária incidindo sobre o setor pet que corresponde a 51,2% (para pet food, produto mais procurado, é 54,2% sob o valor total), fazendo com que o crescimento real do setor seja baixo ou mantenha a indústria estagnada.

Mercado internacional

As exportações pet somaram mais de US$ 80 milhões no 1º trimestre de 2021. Pet food foi responsável por 94,26% de todo o valor exportado pelo setor, de acordo com o Ministério da Economia. Pet care foi responsável por 3,60%. Produtos veterinários representaram 0,13% das exportações, e a comercialização de animais vivos, 2,01%. O crescimento foi de 34% em relação às exportações no mesmo período de 2020, é importante ressaltar que a alta da moeda americana em 2021 impactou muito no crescimento apresentado.

As importações brasileiras chegaram a 4,24 milhões no 1º trimestre de 2021 e esse valor correspondeu ao dobro do valor importado no mesmo período do ano anterior.

Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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