O médico-veterinário e coronel do Exército Brasileiro, José Roberto de Andrade Lima, vai representar a Medicina Veterinária brasileira na primeira expedição do Brasil ao Ártico. Ele estará ao lado de cinco pesquisadores, dois da Universidade de Brasília (UnB), dois da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um da Universidade Católica de Brasília (UCB). Será a primeira participação científica oficial do País ao extremo norte do planeta.
A Operação Ártico 1 vai de 8 a 21 de julho e terá como objetivo conhecer a biodiversidade e obter informações sobre o impacto das mudanças climáticas na região, as quais podem afetar, inclusive, o litoral norte do Brasil. Entre outras atividades, os pesquisadores coletarão amostras de solo, sedimentos marinhos e de lagos, água de lagos, rochas e plantas para identificar microrganismos e plantas que vivem por lá. Depois, vão compará-los com amostras obtidas na Antártida, onde o Brasil já realiza pesquisas há mais de 40 anos.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) apoia a viagem do médico-veterinário. “Participar da primeira expedição científica do Brasil ao Ártico será uma oportunidade ímpar para a Medicina Veterinária brasileira. Por isso, com muita honra, o CFMV atendeu à solicitação do professor Paulo Câmara, da UnB, para fornecermos suporte à participação do coronel José Roberto na expedição. Isso é valorizar a profissão. Isso é colocar em prática o conceito de saúde única”, afirma o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida.
A segunda finalidade da viagem é diplomática, de busca de colaboração com outros países e, para isso, o grupo visitará estações científicas. Ao mostrar interesse pela região, o Brasil visa pleitear um assento como membro observador no Conselho do Ártico, que tem oito países como membros permanentes: os cinco que perpassam o Círculo Polar Ártico – Canadá, Dinamarca (por causa da Groenlândia), Estados Unidos (por causa do Alasca), Noruega e Rússia –, além de Finlândia, Islândia e Suécia e seis organizações que representam os povos originários da região. Outros 13 países participam como observadores, assim como 25 instituições multilaterais e organizações não governamentais.
Para ser um membro observador, é preciso demonstrar interesse pelas questões árticas e ter o nome ratificado pelos oito membros permanentes. Tratado O primeiro passo do Brasil para se aproximar geopoliticamente do Ártico é assinar o Tratado de Svalbard, justamente a região para onde o grupo dos brasileiros seguirá. O documento reconhece a soberania da Noruega sobre o arquipélago de mesmo nome, mas garante acesso a ele a países que aderem ao texto.
A Primeira Expedição Científica do Brasil ao Ártico, ou Operação Ártico I, será financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e tem apoio institucional do Ministério das Relações Exteriores e da Secretaria Interministerial dos Recursos do Mar da Marinha do Brasil. Além de Lima, compõem o grupo Paulo Eduardo Câmara e Micheline Carvalho Silva (UnB); Vivian Nicolau Gonçalves e Luiz Henrique Rosa, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG; e Marcelo Ramada, da UCB.
Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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