A preservação e conservação da fauna selvagem é uma inquietação mundial, mas muitas pessoas desconhecem os sérios motivos de tanta preocupação e esforços de governos nacionais, internacionais e Organizações Não Governamentais (ONGs) sobre a questão. Para se ter uma ideia, a extinção ou diminuição da população de uma determinada espécie, por exemplo, pode levar a consequências graves à saúde humana, ambiental e animal, como pandemias, surtos zoonóticos, falta de alimentos e medicamentos.
A onça-pintada é um desses animais que chamam atenção pelo seu importante papel na manutenção do ecossistema e da biodiversidade. Se a onça pintada fosse extinta, haveria um efeito cascata em todo o ecossistema em que ela vive. A falta de um predador de topo da cadeia, como a onça-pintada, pode levar ao aumento da população de outras espécies, como cervos e capivaras, que podem, por sua vez, consumir mais plantas, impactando a vegetação e o equilíbrio do ecossistema.
Esses episódios também podem levar a uma série de problemas de saúde pública, como a propagação de doenças transmitidas por animais silvestres, desequilíbrio na cadeia alimentar, desflorestamento e redução da qualidade do ar e da água. Além disso, a perda da biodiversidade pode resultar na perda de plantas e animais que poderiam ser usados para fins medicinais, alimentícios e outros usos importantes para a população.
O papel do médico-veterinário e do zootecnista
A atuação do médico-veterinário e do zootecnista é fundamental para garantir a proteção desses animais topo da cadeia e de seus hábitats naturais. O médico-veterinário possui conhecimento técnico e científico para prevenir doenças e tratar animais selvagens em situações de emergência; quando eles são resgatados de áreas afetadas por desastres naturais ou de ambientes ameaçados pela ação humana, por exemplo. A intervenção desses profissionais pode salvar a vida de animais e garantir a sobrevivência de suas populações.
Além disso, o médico-veterinário fornece assistência na criação e implementação de programas de saúde e reprodução em cativeiro para espécies em extinção. Muitos profissionais utilizam da biotecnologia para fazer reprodução assistida, pesquisa científica e o controle de doenças. Esses programas são importantes para aumentar o número de certas espécies, bem como para prevenir a disseminação de doenças em populações mantidas em cativeiro.
O zootecnista, por sua vez, planeja e gerencia a criação e o manejo de animais, sejam eles domésticos ou selvagens. O profissional também ajuda a desenvolver programas de criação em cativeiro e reintrodução na natureza, bem como realiza pesquisas sobre aspectos comportamentais e ecológicos dos animais.
Ambos os profissionais podem atuar em projetos de educação e conscientização pública sobre a importância da preservação da fauna selvagem, bem como trabalhar em conjunto com ONGs, agências governamentais e outras instituições para desenvolver estratégias e proteger e conservar a biodiversidade e promover o bem-estar animal, humano e ambiental, a Saúde Única.
Fonte: CFMV, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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