A morte do pequeno Arthur Saymon, de apenas sete anos, após ser picado por um escorpião dentro do carro da família, em Minas Gerais, expôs a urgência de discutir o crescente risco representado por animais peçonhentos nos centros urbanos. O acidente ocorreu na última terça-feira (22), quando a criança retornava para casa com a mãe. Apesar do rápido socorro, Arthur não resistiu e faleceu na quarta-feira (23), após parada cardiorrespiratória durante a transferência para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
Casos como esse têm se tornado mais frequentes, impulsionados pela urbanização desordenada e pelo acúmulo de lixo, que cria ambientes propícios à proliferação de escorpiões. Nesse contexto, ganha destaque o papel estratégico dos médicos-veterinários, que, além do cuidado com animais domésticos, atuam na vigilância, controle ambiental, educação da população e até na produção de antídotos. “A atuação do médico-veterinário vai muito além das clínicas. Estamos na linha de frente do controle de zoonoses e de animais peçonhentos, protegendo vidas humanas e animais”, afirma um especialista da área.

Entre as recomendações preventivas, destacam-se a limpeza frequente de quintais e terrenos baldios, a vedação de frestas em muros e ralos, o controle de insetos como as baratas — principais presas dos escorpiões — e o hábito de sacudir roupas e calçados antes do uso. O alerta é reforçado por campanhas de saúde pública que incentivam a população a reportar ocorrências ao Instituto Vital Brazil, que centraliza informações sobre acidentes com animais peçonhentos.
A tragédia que vitimou Arthur reforça a necessidade de ações integradas entre sociedade e profissionais da saúde animal e humana. O investimento em prevenção e a valorização do trabalho dos médicos-veterinários são medidas fundamentais para evitar novas perdas. Como reforça o alerta do setor: riscos como os escorpiões podem ser silenciosos, mas exigem atenção contínua e resposta imediata.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ – Escorpiões em áreas urbanas e o papel dos médicos-veterinários
1. Por que os escorpiões estão cada vez mais presentes em áreas urbanas?
A presença crescente de escorpiões em ambientes urbanos está relacionada à urbanização desordenada e ao acúmulo de lixo, que cria locais ideais para sua proliferação. Insetos como as baratas, que são suas principais presas, também se multiplicam nesses ambientes, favorecendo a sobrevivência dos escorpiões.
2. Qual é o papel dos médicos-veterinários no controle de animais peçonhentos?
Médicos-veterinários têm um papel estratégico na saúde pública: além de cuidar de animais domésticos, eles atuam no controle ambiental, monitoramento de espécies peçonhentas, educação da população, produção de soros e em ações integradas com outros profissionais da saúde para combater zoonoses e acidentes com animais venenosos.
3. Quais são as principais medidas preventivas contra acidentes com escorpiões?
Entre as medidas recomendadas estão: manter quintais limpos e sem entulhos, vedar frestas em muros e ralos, controlar insetos como baratas, aparar gramas e folhagens próximas às casas e sempre sacudir roupas, calçados e toalhas antes de usá-los. Além disso, é importante relatar avistamentos ao Instituto Vital Brazil para auxiliar no monitoramento.
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