Seja para dar um alento ao tutor que está passando pelo luto, para proteger outros animais de uma possível doença transmissível ou descobrir se houve algum tipo de negligência com a saúde de um pet, a necropsia é um procedimento presente na rotina de muitos profissionais que se dedicam à Patologia. E, apesar de a necropsia não necessitar de especialização por parte do veterinário, para ser realizada, atualização e estudo são essenciais – assim como em qualquer outra área da Medicina Veterinária.
A necropsia baseia-se no exame do cadáver animal (seja ele doméstico, silvestre, exótico ou de produção), no qual se busca a identificação da causa da morte, a causa mortis, conforme explica o médico-veterinário, mestre, doutor e pós-doutor em Ciências com enfoque em Patologia experimental e comparada e diretor Científico do Centro Veterinário de Anatomia Patológica (CVAP), Daniel Soares Sanches. “Consiste em métodos específicos de investigação, pesquisa e estudo, realizados de forma sequencial e ordenada, abrangendo suas partes macroscópicas, microscópicas e, em alguns casos, moleculares, toxicológico, etc, com a finalidade de investigação do (s) processo (s) mórbido (s) que levou (aram) o organismo ao óbito”, complementa.
Sanches menciona que o procedimento é indicado a todos os casos clínicos em que não foram devidamente esclarecidas as causas de morte, ou naqueles nos quais não existe acompanhamento clínico que comprove de forma definitiva o motivo do óbito. “A realização da necropsia em animais deve ser vista de uma forma mais ampla do que apenas a busca da causa mortis. Este procedimento nos trará informações a respeito do ambiente em que vivia o animal e possíveis contactantes; informações sobre processos ligados a maus-tratos à fauna; informações de saúde pública (uma vez que existem doenças com potencial zoonótico) e, muitas vezes, no interesse científico dos profissionais ligados ao caso. Nota-se, desta maneira, que a necropsia é indicada no esclarecimento de muitas questões e, em quase todos, os casos de morte de animais ou em parte de um processo não esclarecido, mesmo que isso não aconteça na rotina”, diz.
Segundo Sanches, a necropsia deve ser realizada por profissional competente, em centro ou laboratório apropriado, isto é, com acomodações devidamente preparadas para o recebimento de cadáveres e sua realização. “Deve conter o instrumental necessário para o procedimento em si, assim como os equipamentos e indumentária de proteção adequada (EPI’s) para tal fim. Não se devendo esquecer que existe uma sequência lógica para realização do procedimento, que pode variar de animal para animal e de acordo com cada caso clínico apresentado”.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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