Nutróloga explica que ações individuais são essenciais para entender a causa do problema
Wellington Torres, em casa
wellington@ciasullieditores.com.br
Se atentar aos comportamentos dos animais de companhia é o primeiro passo para que a saúde dos mesmos esteja sempre em ordem. Dentre as principais questões que devem estar sob os olhos dos tutores, se destaca a perda de apetite, pauta que ganha ainda mais destaque com a chegada do Dia da Alimentação, comemorado hoje (16).
Atrelado a diversas causas, como problemas de saúde e o paladar caprichoso, ação que ocorre quando o animal passa a desenvolver alguma preferência por alimentos específicos, o comportamento foi comentado pela Dra. Luciana Oliveira, médica-veterinária nutróloga de cães e gatos na Clínica Veterinária Inova (Sorocaba-SP).
“O tutor deverá ficar em alerta quando o animal recusar todo e qualquer tipo de alimento, isso independente de ser ração ou, até mesmo, algo que o cuidador estiver ingerindo. Este é um sinal de alerta importante, como a perda de peso contínua”, pontua a nutróloga.
A lida com os animais dependerá do comportamento alimentício do memso (Foto: reprodução)
De acordo com a profissional, a perda de apetite, quando pensada em uma questão patológica, poderá ocorrer por diferentes fatores, como questões gastrointestinais e hepáticas, que afetam o sistema digestivo, assim como por quadros mais graves, gerados por doenças renais e diabetes. Mas para não se preocupar antes da hora, é necessário que sejam realizados alguns exames no animal.
“Quando o pet chega à clínica com perda de apetite, precisamos entender o que está acontecendo, por isso, o primeiro passo é realizar alguns exames básicos, como hemograma, exame de função hepática e renal e uma avaliação física, procurando alguma alteração visível”, explica ela, complementando que averiguar se o cão ou gato se encontra prostrado ou desidratado também é essencial.
Caso tais opções se mostrem negativas, Luciana afirma que a questão pode estar atrelada ao paladar do pet, o que demandará maior atenção e força de vontade do tutor para ofertar uma dieta balanceada e atrativa. “Normalmente o apetite caprichoso já pode ser notado logo na primeira fase de vida no animal, enquanto é um filhote, ou também pode ocorrer após algum problema de saúde, onde se fez necessário o uso de alguma dieta diferenciada”, afirma a médica-veterinária.
De acordo com ela, o ponto mais complicado em se lidar com a situação é porque o tutor acaba sempre cedendo aos desejos do animal. “Toda vez que o pet se recusa a comer, o tutor vai lá e acaba cedendo. Começa por comida junto com a ração e, até mesmo, realiza trocas do produto”, exemplifica a nutróloga, adicionando que “infelizmente, isso é uma questão comportamental, por isso, é necessário conversar francamente com o tutor e entender as especificidades de cada paciente”.
“Em relação às opções, se iremos mudar a ração, ofertar alimentação natural ou, até mesmo, uma associação de ambas, dependerá muito do animal atendido. Se ele aceita a primeira opção, tudo bem, é interessante seguir por essa linda. Eu, normalmente, recomendo o uso de sachês ou latas que podem ser encontrados no mercado, misturando-os na ração, pois essa atitude aumenta a apetibilidade do alimento, deixando-o mais saboroso”, indica Lucina.
Contudo, se o pet não possui grande atração pela ração, a profissional endossa que nem adiantará insistir, sendo necessário buscar outras formas nutricionais, como a alimentação natural, opção que exige maior variabilidade.
Em altas temperatuas, mudar o cardápio e a formade ofertar alimentos é essencial (Foto: reprodução)
Mas e o calor, Dra. ele pode afetar o modo de alimentação dos pets? Nos encontramos em um período em que as temperaturas brasileiras beiram os 40°, dependendo da região, cenário que preocupa e pode causar diversos problemas de saúde nos tutores e nos pets. No que tange à alimentação, a Dra. é enfática ao explicar que, neste período, é muito provável que o animal apresente perda de apetite, por isso, é importante que o tutor realize algumas modificações na forma de alimentá-lo.
“Neste tipo de situação, a alimentação deve ser ofertada em horários mais frescos do dia, como na parte da manhã ou da noite, trocar a água com maior frequência, inclusive, acrescentar algumas pedras de gelo, para que ele aproveite mais”, afirma.
Caso o animal tenha o hábito de se alimentar no período da tarde, ela também indica que seja ofertado alguns vegetais e frutas, de forma controlada. “É uma opção fresca, onde os tutores até podem brincar em fazer gelinhos, junto da água de coco, com esses alimentos, possibilitando que os animais se refresquem ao lambê-los”, finaliza a nutróloga.