A indústria de pet food no Brasil surgiu de forma modesta. Até os anos 80, a alimentação de cães e gatos era improvisada, baseada em sobras de comida e soluções caseiras. A chegada da multinacional Purina, em 1967, e o lançamento de sua primeira marca, em 1978, marcaram o início da transição para produtos industrializados voltados ao consumidor final.
A estabilização econômica dos anos 1990 permitiu que o setor se estruturasse. A troca de conhecimento com centros internacionais e o interesse crescente das famílias em cuidar melhor dos animais impulsionaram o mercado. O crescimento foi constante: 220 mil toneladas em 1994; 1 milhão em 2000; 2 milhões em 2010. A marca de 3 milhões foi superada em 2021, e a projeção de 4,01 milhões para 2024 reflete um salto de mais de 1.700% em 30 anos.

Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações (São Paulo/SP), atribui essa trajetória ao amadurecimento do setor e à nova percepção dos pets como membros da família. “A alimentação deixou de ser improvisada: tornou-se prioridade afetiva e nutricional”, afirma. Segundo ele, a indústria respondeu com inovação, rastreabilidade, sustentabilidade e produção com padrão internacional.
Cães no centro da ciência
Cães brasileiros estão comendo melhor e com base em ciência. Graças ao trabalho pioneiro do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), reconhecido nacionalmente como referência em nutrição pet, a alimentação dos cães tem incorporado ingredientes funcionais, tecnologias de ponta e um olhar cada vez mais personalizado para a saúde dos animais.
Da tigela para o laboratório e vice-versa a nutrição de cães no Brasil evoluiu muito além das fórmulas tradicionais. A cada nova pesquisa, ingredientes inovadores, formulações específicas e abordagens personalizadas transformam o modo como cuidamos da alimentação canina. “Hoje já não se trata apenas de alimentar, mas de nutrir com propósito, considerando individualidades genéticas, microbioma e condições clínicas”, afirma Vanessa Regina Olszewski, doutoranda em Ciências Veterinárias pela UFPR.
Leia, gratuitamente, a matéria completa, na edição 308, de abril de 2025, da Revista Cães e Gatos.
FAQ
Como surgiu e evoluiu a indústria de pet food no Brasil?
Até os anos 80, cães e gatos eram alimentados com sobras de comida. A virada começou com a chegada da Purina, em 1967, e a estabilização econômica dos anos 90, que impulsionou o consumo de rações industrializadas. O setor cresceu mais de 1.700% em 30 anos, saltando de 220 mil toneladas em 1994 para mais de 4 milhões previstas em 2024.
O que explica esse crescimento tão expressivo?
Segundo Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, o avanço se deve à visão dos pets como membros da família. Isso transformou a alimentação em prioridade, levando a indústria a investir em inovação, rastreabilidade, sustentabilidade e nutrição com padrão internacional.
Como a ciência tem impactado a nutrição dos cães no Brasil?
Pesquisas, como as conduzidas pela UFPR, têm revolucionado a formulação dos alimentos. Ingredientes funcionais, foco no microbioma, genética e condições clínicas passaram a guiar a nutrição pet, que hoje vai muito além de alimentar: é nutrir com propósito.
LEIA TAMBÉM:
Humanização dos pets beneficia mercado de petfood
Entenda o papel do médico-veterinário na indústria de Pet Food
Manejo nutricional adequado é fundamental para garantir a saúde dos animais com alergia alimentar