Já são mais de 350 milhões de pessoas no mundo que sofrem com ansiedade, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas, você sabia que o mal do século pode afetar, também, os animais? Diversos fatores podem causar a doença e identificar algum sinal pode ser difícil, por isso, vale a atenção dos tutores, caso haja algum comportamento diferente do habitual.
Houve um aumento no número de casos, durante a pandemia da Covid-19. Com a adaptação ao home-office, muitos cães e gatos se acostumaram com a presença dos tutores a todo momento dentro de casa. Mas, com a volta gradual à rotina presencial, os animais passaram a sentir mais a ausência e movimentação.
De acordo com a coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Jenessa Martinez, esse medo da distância é só um dos sintomas de ansiedade animal. O medo, a insegurança e até a maneira e o local onde são criados também podem desencadear a doença. “Eliminar fezes em locais inadequados, latidos ou miados em excesso e autoflagelo são alguns comportamentos que sinalizam o medo da solidão e de que animais estão sofrendo com a Síndrome de Ansiedade de Separação”, afirma.
A Ansiedade Generalizada e a Ansiedade Focal também são alguns distúrbios que podem aparecer em diferentes fases da vida ou ser reflexo de alguma resposta emocional, como fobias, privações ou socialização. Segundo a docente, entre os sinais que ajudam a identificar a ansiedade no animal, está a mudança de comportamento: “Se o animal sempre foi calmo e mais quieto e, de repente, passa a ser mais agitado e agressivo, ameaçando visitas, rosnando ou até mordendo é sinal de uma possível situação de estresse”, explica.
Hábitos repetitivos também devem despertar um alerta dos tutores. Jenessa cita que lamber as patas em excesso, morder as unhas, andar de forma irregular e morder o mesmo móvel por repetidas vezes também são sinais anormais. “Urinas e fezes em locais inadequados também podem indicar problemas. Se o pet foi ensinado a fazer suas necessidades em um local e passa a fazer em pontos fora de costume, é possível que ele esteja querendo chamar atenção”, comenta.
De acordo com a profissional, é preciso saber diferenciar ansiedade de depressão: “Com ansiedade, o animal costuma ficar mais agitado, desobediente e agressivo. Quando ocorre a apatia, a falta de apetite e o sono em excesso, é possível que o quadro esteja se agravando para uma possível depressão”, esclarece.
Diante desses problemas, Jenessa declara que a alteração no apetite é um dos primeiros sinais de que algo está errado. “Preste atenção se o animal vem comendo muito ou pouco durante as refeições”, orienta.
Além de tudo que já foi mencionado, a professora ainda expõe a coceira, que também pode ser um indicador de que o pet não está bem, ainda mais se for acompanhada de latido e respiração ofegante.
Como tratar?
Caso o tutor desconfie que seu pet esteja sofrendo com ansiedade, deve procurar o médico-veterinário o mais rápido possível. “O tratamento da doença deve envolver muito cuidado e atenção”, destaca Jenessa.
Mas, algumas atitudes podem fazer a diferença e ajudar no tratamento:
- Ao chegar ou sair de casa, evite muita movimentação com o animal para não o deixar agitado com sua presença.
- Da mesma forma, não o ignore. O carinho e a atenção são muito importantes para o pet se sentir conectado ao dono.
- Passeie mais com o pet, a socialização costuma ser afetada em casos assim. Ter uma rotina fora de casa pode ajudar no bem-estar físico e emocional.
- Não o coloque em situações de medo, como forçar para brincar com outros animais ou ficar perto de barulho ou sons que podem incomodar.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Projeto de lei propõe incluir gastos veterinários no imposto de renda para pessoa física
Onça-parda resgatada no Paraná recebe cuidados veterinários e é solta na mata
Profissional explica como a alopecia pós-tosa pode afetar os animais de estimação