Os day cares caninos estão cada vez mais comuns. O dia a dia agitado, muitas vezes com altas cargas horárias fora de casa, faz com que muitos tutores não consigam dar a atenção que seus pets precisam. Pensando nisso, as creches para cães são ambientes pensados para oferecer cuidado e atividades.
Esses locais costumam proporcionar brincadeiras e socialização e podem oferecer diferentes tipos de serviços extras. Entre eles estão banho, tosa, proteção contra parasitas, adestramento, caminhada na esteira ou ao ar livre, relaxamento, natação, transporte, entre outros. Alguns também têm a opção de hospedagem. “A socialização, a prática de atividades físicas e a melhoria das emoções são muito benéficos”, cita o membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Alexandre Pongracz Rossi.
No entanto, para deixar o animal nesses locais é importante prepará-lo e verificar os itens básicos de segurança. Primeiramente, idoneidade, reputação e segurança são itens que devem ser observados, de acordo com o membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP.
Estrutura e segurança
Vale lembrar que toda creche para animais deve ter um médico-veterinário responsável técnico e ser registrada no Conselho Regional de Medicina Veterinária. A existência do registro e da anotação de responsabilidade técnica é fator imprescindível para a orientação correta à equipe, o bem-estar dos animais e a assistência imediata em caso de acidentes ou intercorrências médicas.
Verificar, também, se a cerca ou o muro é alto o suficiente, se possui um bom sistema de entrada e saída – por exemplo, com porta dupla –, se tem algum lugar de fuga por onde o animal possa passar e se há algo com que possa se machucar.
Um sistema de vigilância por câmeras é bem visto por oferecer ainda mais proteção. O local onde é disponibilizada água também não deve ser liso ou escorregadio, para evitar acidentes. Outra área indispensável em uma creche para pets é o espaço ao ar livre para recreação, para que os animais possam se exercitar e socializar durante o dia. Outro item importante é a adequação térmica – não é necessário ar condicionado, mas ter ambientes com sombra adequada, por exemplo, e uma boa acomodação.
O tutor deve checar, ainda, a limpeza geral, que deve ser realizada com produtos próprios para pets, e a data da última dedetização, garantindo o controle de pragas do ambiente, ressalta a assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP, Alessandra Karina da Silva Fonseca.
Cuidados
Geralmente, o animal passa por avaliação para poder frequentar uma creche, o que geralmente inclui analisar o comportamento – para verificar se há histórico de agressividade e se é sociável com cães e pessoas. É importante realizar um período de adaptação e alguns lugares oferecem, inclusive, o serviço de adestramento.
O local também deve exigir, no mínimo, que as vacinas (V8 ou V10, raiva, vacina contra giárdia, vacina contra gripe, vacina contra leptospirose, entre outras), o controle de pulgas e carrapatos (alguns lugares deixam livre a forma de proteção contra carrapatos, mas deve ser efetiva) e a vermifugação estejam em dia (geralmente realizada a cada três meses).
Algumas creches exigem que todos os animais sejam castrados (mais raro), ou estabelecem que os machos sejam castrados e que as fêmeas não possam frequentar durante o período de cio, já outras aceitam animais que não são castrados. “Um local criterioso ao aceitar os animais é algo que deve ser visto com bons olhos pelos tutores, para evitar doenças, brigas e acidentes. Cães muito medrosos ou agressivos não devem frequentar”, comenta o membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP.
Riscos
Há locais que dividem os animais por porte, idade ou temperamento, mas mesmo que não, é preciso que haja profissionais bem treinados. “Ter alguém para impedir comportamentos indesejados e evitar brigas”, relata a assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP.
Entre os principais riscos potenciais estão justamente as brigas e as doenças infecto-contagiosas. “Nem tudo são flores”, lembra a tesoureira e presidente da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-SP, Rosemary Viola Bosch, ressaltando que mesmo com todo controle ambiental e sanitário, certas brigas são impossíveis de serem impedidas.
Comportamento
O cão costuma apresentar uma conduta típica quando está adaptado e gosta de frequentar a creche, demonstrando a vontade de entrar no lugar. “Ele puxa na direção do local, vai com o rabo para cima, então é possível perceber que ele está interessado”, diz o membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP. “Do contrário, se ele está encolhido, com o rabo para baixo, isso sinaliza que algo não vai bem”, analisa ele.
Creche para gatos
A assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP e o membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP não recomendam deixar os gatos em creches. “Eles ficam estressados quando saem do ambiente em que vivem. Podem parar de comer, beber e até desenvolver doenças”, comenta a assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP.
“Para os gatos, dificilmente vai ser prazeroso, já que são animais menos sociais e, com isso, podem mais se estressar do que brincar”, analisa o membro da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV-SP.
Ele recomenda que fiquem em casa, ainda que precisem ficar sozinhos por algum tempo. “Mas não mais de 12 horas”, diz a assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP, que cita a opção de cat sitter – babá de gato, em tradução livre – em situações em que o animal precise ficar sozinho por um período mais prolongado.
Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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