Cães farejadores, drones, câmeras com sensor de calor, equipamento de detecção de ruído, análise de imagens de circuitos de segurança e evidências colhidas nas ruas. Pode parecer a investigação de um crime. Mas são os métodos dos “detetives pet”, profissionais cada vez mais requisitados para buscar animais perdidos pelos seus tutores.
A médica Beatriz Perez, de 27 anos, viveu dois dias de desespero, apreensão, entrega de cartazes e apelos aos vizinhos em busca do cachorro Ronaldo, que também atende pelo diminutivo Rony. O cão escapou por uma fresta da porta quando estava na casa de uma amiga da família, cercada de terrenos baldios, durante uma viagem da tutora no Natal do ano passado. Já perdendo as esperanças, resolveu apostar na contratação do serviço profissional de busca de animais, após descobrir o serviço em uma pesquisa na internet.
— Foram três horas de procura em uma mata fechada, com um cão seguindo os rastros dele, até conseguir fazer o resgate. Eles salvaram a vida do meu neném e a minha — conta Beatriz, que depois do episódio pôs uma coleira com rastreador no animal.
A engenheira civil Paula Semprebone, de 45 anos, contratou o serviço para localizar Nina. A gata escapou pela janela, que estava com uma grade improvisada na casa que ela havia acabado de ocupar.
— Perguntei para as pessoas na rua, andei desesperada e gritando o nome dela, divulguei nas redes sociais. Só com um cão farejador e com um drone conseguimos identificar que ela tinha entrado na casa de um vizinho — relembra.
Familiaridade ajuda
Para se tornar um detetive pet, é recomendável antes já ter familiaridade neste universo. Ou ter sofrido a dor dos clientes. O adestrador de cães Jorge Pereira criou a empresa Busca.Pet depois de ter perdido dois cachorros em Campos do Jordão (SP).
— Eu já treinava cães para atuarem em investigações criminais. Quando um carro bateu no portão da minha casa e o quebrou (e os animais fugiram), passei dois dias procurando meus cachorros e vi de perto como é angustiante. Foi uma das piores sensações que já tive, e percebi que poderia usar a minha experiência para ajudar outras pessoas na mesma situação — lembra.
— Só quase não conseguimos procurar as aves, porque elas dificilmente deixam rastros que o cão possa farejar no solo — explica o adestrador, que já atendeu casos de desaparecimento de hamsters, uma tarântula, cobras e uma tartaruga.
Se falta a vivência anterior com os bichos de estimação, a experiência prévia de detetive ajuda. Agências que antes atuavam majoritariamente em investigações conjugais e empresariais passaram a oferecer pacotes de levantamentos voltados para descobrir o paradeiros de animais.
Fonte: OGlobo, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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