A Medicina Veterinária está cada vez mais avançada e vem proporcionando diversos tratamentos para os pets que também são realizados na medicina humana, como por exemplo, a hemodiálise.
A hemodiálise é um procedimento que por meio de uma máquina, filtra e limpa o sangue, fazendo o trabalho que o rim doente não pode fazer. O procedimento retira do corpo os resíduos prejudiciais à saúde, como toxinas urêmicas, o excesso de sal e de líquidos. Seu principal objetivo é controlar o quadro clínico do paciente, enquanto é tratado a causa da alteração renal, seja o paciente um doente renal agudo, ou um doente renal crônico, a fim de estabilizar o paciente e melhorar sua qualidade de vida.
Segundo a médica-veterinária do Veros Hospital Veterinário, Ana Paula Reis, o tratamento dialítico tem indicação para animais maiores de 4kg com doença renal crônica ou aguda com níveis de creatinina superior a 4 mg/dL ou uréia superior a 150,0mg/dL, pacientes com lesão renal aguda que não respondem ao tratamento convencional nas primeiras 48h, pacientes em choque séptico e animais com intoxicações por substâncias dialisáveis.
Os sintomas de identificação da doença são muito variados. O animal pode apresentar letargia, prostração, vômitos, falta de apetite, emagrecimento, mau hálito, diarreia e úlceras na boca. É de extrema importância o acompanhamento médico e realização de exames laboratoriais para avaliação dos níveis da ureia, creatinina, fósforo hemograma, hemogasometria, e exames de imagens como ultrassonografia abdominal, que auxiliam no diagnóstico da doença renal e, junto com a avaliação física, ajudam a traçar o melhor plano de tratamento.
Como é feita a hemodiálise?
É necessário introduzir um cateter central na região do pescoço do paciente, que será por onde o sangue irá circular, para a máquina de hemodiálise fazer a filtração do sangue. Esse cateter ficará no pescoço do animal durante todo o tratamento. O animal é monitorado por um médico veterinário especializado e exames de função renal, gasometria, hemograma e eletrólitos são realizados antes e depois de cada procedimento e de acordo com a necessidade do paciente.
O equipamento utilizado para diálise em pacientes veterinários é o mesmo utilizado para humanos; entretanto, as técnicas e protocolos foram adaptados para levar em conta o tamanho variável e pequeno dos pacientes veterinários. No tratamento dialítico dos pets, ao contrário do que acontece na medicina humana, os animais não precisam ser submetidos a hemodiálise continuamente, pelo resto da vida.
São realizadas algumas sessões conforme determinação do veterinário nefrologista até que seja reestabilizado o quadro clínico do animal, seja ele aguda ou crônica.
Prevenção
A melhor maneira de prevenir que o animal necessite do tratamento dialítico é o diagnóstico precoce da doença renal. Exames de rotina devem ser realizados e quanto mais cedo diagnosticada a doença, maiores serão as chances de controle a longo prazo, com aumento da longevidade do paciente. ‘’Os tutores também devem sempre se atentar a hidratação do animal, alimentação de qualidade, atividade física e cautela com a administração de medicamentos que têm excreção renal. Tutores de gatos também devem evitar o contato dos animais com alguns tipos de plantas que, quando ingeridas, podem ser tóxicas e causar lesão renal aguda, como o lírio.’’, afirma Dra Ana Paula.
Diferente de humanos, os animais não fazem a hemodiálise cronicamente, pois o cateter não é permanente e necessita a retirada ao término do tratamento. Esse procedimento é realizado com o objetivo de estabilizar o paciente, enquanto o tratamento renal está sendo realizado. De modo geral, são necessárias de duas a cinco sessões, porém isso varia de acordo com a gravidade e a resposta à terapia.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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