Não é incomum ouvir falar o nome bicho-de-pé, mas você sabe exatamente do que se trata e sua gravidade para a saúde animal e humana? A doença ectoparasitária de pele causada pela pulga Tunga penetrans ocorre em todo o país, especialmente em assentamentos urbanos precários e em áreas rurais, e se desenvolve na epiderme como um ponto inflamado, alto, dolorido, inchado e bem delimitado, muitas vezes com um ponto escuro no centro.
Isso ocorre porque a fêmea desse parasita, após fecundada, penetra na pele do hospedeiro – animais e seres humanos – e promove a infecção. É o que explica Kathia Almeida Soares, médica-veterinária e coordenadora de vendas técnicas e geração de demanda da unidade de negócio de Animais de Companhia da MSD Saúde Animal. “Nesse processo infeccioso, os ovos desenvolvidos são expulsos para o ambiente e se transformam em novas pulgas entre 2 e 4 semanas. É um parasita que vive em solos arenosos, quentes e secos e é adquirido quando os animais ou as pessoas entram em contato diretamente com o ambiente infestado”, diz a profissional.
Ainda segundo Kathia, as áreas mais afetadas nos cães são os coxins, a região interdigital e abaixo das unhas, e nos seres humanos, principalmente os pés. “Tanto o animal quanto o ser humano sentem uma dor localizada e coceira extrema. As lesões desencadeadas pelo parasita podem, inclusive, servir de porta de entrada para outras infecções, como o tétano, que é grave”, orienta.
Apesar da sua relevância em saúde pública, já que é uma zoonose, transmissível entre animais e seres humanos, o bicho-de-pé ainda é uma doença negligenciada, conforme pontua Kathia: “Muitas pessoas conhecem a infecção em seu estado mais simples, de poucos pontos inflamados, e não dão a devida importância ao quão grave pode se tornar. Grandes quantidades de pulgas e o tratamento inadequado podem provocar lesões sérias, como gangrena e perda de dedos, além do tétano, que pode ser fatal”.
Diagnóstico nos pets
É sempre importante observar o comportamento do animal e, ao perceber sinais como dores, dificuldade de andar, lesões nas patas ou entre os dedos, entrar em contato o mais breve possível com um médico-veterinário. Para diagnóstico nos cães, o profissional normalmente realiza uma avaliação clínica, considera o histórico do paciente e analisa a própria lesão.
Segundo a especialista, o tratamento dessa enfermidade requer a remoção da pulga com o auxílio de uma agulha estéril e a utilização de ectoparasiticidas para tratar a infestação. “Em alguns casos, é necessário fazer a associação de antibióticos. Afinal, as lesões geradas por essa pulga podem, além de causar dor, incômodo e coceira, levar a lesões mais graves, com deformidades e até mesmo complicações por infecções secundárias.”
Fonte: MSD Saúde Animal, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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